Líderes europeus estarão se reunindo neste domingo (2) em Londres para uma cúpula focada na guerra na Ucrânia. O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, afirmou que esse encontro oferecerá uma oportunidade para que os países europeus avancem em direção a uma “paz justa e duradoura” no conflito em curso no leste europeu. A cúpula ocorre após uma reunião tensa entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o líder dos Estados Unidos, Donald Trump.
Conforme comunicado de Downing Street, o primeiro-ministro reiterou seu comprometimento inabalável com a Ucrânia e a determinação em levar adiante um caminho que possa acabar com a guerra considerada ilegal pela Rússia, além de garantir uma paz duradoura que respeite a soberania e a segurança da Ucrânia.
A cúpula reunirá líderes de diversas nações europeias, incluindo representantes da União Europeia e da OTAN. O governo britânico destacou que não haverá negociações sobre o futuro da Ucrânia sem a participação efetiva do país, um ponto enfatizado por Starmer ao receber Zelensky em Downing Street no sábado à noite, antes do início da cúpula.
O encontro terá três metas principais, conforme delineado pelo escritório de Starmer: primeiro, fortalecer a posição atual da Ucrânia, incluindo o suporte militar contínuo e o aumento da pressão econômica sobre a Rússia; segundo, estabelecer a necessidade de um acordo forte e duradouro que assegure paz permanente e a capacidade de Kiev em se defender contra possíveis futuros ataques; e, por último, discutir os próximos passos para garantir robustas garantias de segurança.
Zelensky chegou a Londres no sábado e participou de reuniões preliminares com Starmer, que, em uma declaração, ressaltou que o mundo alcançou um “ponto de viragem” três anos após a invasão em larga escala da Rússia.
A reunião anterior entre os chefes de Estado resultou em um embate, que se acirrou devido a críticas de Zelensky à postura dos EUA em relação à anexação de territórios ucranianos por parte da Rússia entre 2014 e 2022. Trump expressou sua frustração, afirmando que a vida de milhões estava em jogo e reiterou que Zelensky não tinha condições para negociação. Em resposta, o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, questionou o nível de gratidão demonstrado por Zelensky durante a reunião, em um momento que causou surpresa global.
A tensão entre ambos os líderes culminou em uma situação insólita, com analistas e repórteres notando que, ao menos em eventos transmitidos, é inusitado que os chefes de Estado não mantenham a compostura, mesmo em reuniões fechadas onde as discussões possam ser acirradas. Após essa troca calorosa, não houve consenso para a assinatura de um acordo que permitisse aos Estados Unidos explorarem recursos minerais no solo ucraniano.