Em um cenário semelhante a um plebiscito sobre políticas rigorosas no combate ao crime, a população equatoriana decidiu reeleger, no dia 13, o presidente Daniel Noboa, que obteve 56% dos votos, enquanto a candidata de esquerda, Luisa González, recebeu 44%. Noboa, que tem 37 anos e é herdeiro da família mais rica do Equador, assumiu a presidência em 2023, após a queda do ex-presidente Guillermo Lasso, em meio a uma grave crise política. Ele é reconhecido pela habilidade no uso das redes sociais, contando com milhões de seguidores, e durante a eleição foi visto ao lado da esposa, a influenciadora Lavinia Valbonesi, e seus três filhos pequenos.
Nos últimos anos, o Equador se tornou um centro de atividade para líderes do narcotráfico, um fenômeno que surgiu em meio a um governo instável e mudanças nas rotas que levam a cocaína aos Estados Unidos e Europa. Assim que Noboa assumiu o cargo, organizações criminosas realizaram uma série de ataques, resultando na morte de agentes penitenciários e na realização de sequestros de apresentadores de televisão em plena transmissão ao vivo. Em resposta a essa escalada de violência, o presidente colocou o Exército nas ruas, anunciou planos para a construção de grandes prisões e alterou legislações para aumentar as penas.
Com sua reeleição, Noboa enfrentará a complexa tarefa de administrar uma economia frágil, onde apenas 36% da população está livre do subemprego, enquanto a população também sofre com apagões que podem durar até quatorze horas, resultado de uma seca severa que afeta as hidrelétricas. Apesar de uma redução na violência, o controle da criminalidade ainda é um grande desafio, refletido pelo número recorde de homicídios registrados no mês de janeiro.