6 março 2025
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De Barras Energéticas a Cerveja Proteica: A Verdade sobre Produtos Ricos em Proteínas

Uma visita a um supermercado revela uma ampla gama de produtos ricos em proteínas, que incluem barras, bebidas, doces e iogurtes, com até 20 gramas de proteína por porção. Esses produtos têm se tornado populares por fornecer uma maneira prática e saborosa de atender às necessidades diárias desse macronutriente. No entanto, é importante questionar a real saúde associada ao seu consumo.

Tradicionalmente, as opções de suplementos proteicos eram limitadas, com o Whey Protein, ou proteína do soro de leite, sendo o mais utilizado, principalmente por atletas que buscavam manter ou aumentar a massa muscular. Nos dias de hoje, a diversidade de produtos proteicos disponíveis no mercado é ampla.

Recentemente, a cerveja proteica foi introduzida no Brasil pela marca Beer Protein, comercializada como uma alternativa “saudável” para os apreciadores da bebida que desejam aumentar a ingestão de proteínas. Esta bebida contém 10 gramas de proteína, 28 gramas de carboidratos e 193 calorias, com um teor alcoólico de 4,6% em uma lata de 355 mililitros.

A oferta de produtos proteicos se expandiu ainda mais, incluindo doces enriquecidos com proteínas, como sorvetes. Um exemplo é a linha “PS – Proteína & Sem Açúcar” da marca Momo Gelato, que apresenta opções de sorvetes produzidos com Whey Protein e adoçantes naturais, contendo até 12,8 gramas de proteína por 100 gramas. Além disso, há bebidas gaseificadas enriquecidas com proteínas, como o refrigerante da marca Mooving, que possui 20 gramas de proteína e 3 gramas de creatina por lata de 310 mililitros.

É observado um aumento na demanda por produtos proteicos entre a população, muitas vezes impulsionado por modismos relacionados ao ganho de massa muscular e à perda de peso. Contudo, especialistas ressaltam que o efeito desejado depende não apenas da ingestão proteica, mas também da ingestão calórica total e da prática de atividades físicas.

A especialista em nutrição Daniela Gomes elucida que a popularidade dos produtos proteicos pode ser atribuída à conveniência que oferecem, porém, muitas vezes não promovem uma alimentação saudável. Ela alerta que, apesar de serem rotulados como saudáveis, muitos desses produtos são ultraprocessados e contêm quantidades significativas de gordura.

O especialista Eric Slywitch, por sua vez, aponta que existe uma percepção equivocada em relação à eficácia dos alimentos proteicos. Embora a proteína seja um nutriente essencial, seu papel no aumento da massa muscular está diretamente relacionado à prática de exercício físico. Além disso, ele adverte sobre a importância de uma ingestão equilibrada de carboidratos para evitar a perda de massa muscular.

Assim, é fundamental que o consumo de suplementos proteicos, como Whey Protein e outros produtos semelhantes, faça parte de uma dieta equilibrada e esteja associado à prática regular de exercícios físicos. A qualidade dos produtos também deve ser considerada, e é aconselhável verificar os rótulos e tabelas nutricionais. Produtos ultraprocessados costumam ter listas de ingredientes extensas e complexas.

A superexposição a proteínas, sem supervisão nutricional adequada, pode ter consequências negativas para a saúde, incluindo a ingestão excessiva de gordura e alterações na microbiota intestinal, que podem estar associadas a problemas de saúde como doenças cardiovasculares e diabetes.

Estudos indicam que dietas ricas em proteínas podem não ser favoráveis à longevidade. Para determinar a quantidade ideal de proteína a ser consumida diariamente, recomenda-se multiplicar o peso corporal em quilogramas pela quantidade adequada de proteína, que varia entre 0,8 gramas a 2 gramas por quilo, dependendo da atividade física e dos objetivos pessoais.

Para aqueles que desejam aumentar a ingestão de proteínas, é aconselhável buscar a orientação de um nutricionista, que pode ajudar a ajustar a dieta de acordo com as necessidades individuais. É importante priorizar alimentos naturais, como ovos, queijos, iogurtes naturais, grão-de-bico, tofu e Whey Protein, em vez de recorrer a produtos industrializados.

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