Os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Rogério Carvalho (PT-SE) debateram, na sexta-feira (28), durante O Grande Debate, a possível obstrução do PL na Câmara dos Deputados, questionando se essa atitude representa um respaldo ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e um retrocesso para o país. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou a uma emissora de notícias que a ação do PL, após Bolsonaro ser formalmente acusado, prioriza os interesses pessoais do ex-presidente em detrimento das necessidades nacionais.
Seif argumentou que a pauta em questão não é um apoio a Bolsonaro, mas uma questão humanitária. Ele mencionou que atualmente existem pessoas detidas sem provas concretas, ressaltando que algumas delas realmente cometeram atos de vandalismo, mas não um golpe de Estado. Segundo ele, essas pessoas devem arcar com os danos ao patrimônio, mas a prisão em massa foi um evento significativo. Seif destacou a importância de priorizar pautas humanitárias tanto na Câmara dos Deputados quanto no Senado Federal. Ele também fez referência a ações do Partido dos Trabalhadores nos anos anteriores, lembrando obstruções de pauta em momentos críticos, como durante o Mensalão e o impeachment de Dilma Rousseff.
Por outro lado, Carvalho defendeu a ideia de que o julgamento deve ser individual e fundamentado na legislação e nos crimes cometidos. Ele destacou uma problemática mais ampla relacionada à tentativa de golpe de Estado que ocorreu no Brasil, a qual é abordada por uma lei aprovada pelo Congresso, que tipifica penas para atentados contra a democracia. Carvalho também mencionou que, das mais de 1.200 pessoas detidas, cerca da metade aceitou um acordo de não persecução criminal, enquanto a outra optou por ir a julgamento. Entre estas, 205 tiveram penas de até 14 anos e 257 receberam penas de um ano. Apenas uma pessoa foi condenada a 17 anos. Carvalho concluiu enfatizando a importância de permitir que o sistema de justiça atue de forma independente.
