Os comentaristas Caio Coppolla e José Eduardo Cardozo participaram de um debate na quarta-feira (16) sobre a questão do visto da deputada federal Erika Hilton (PSOL) e suas implicações diplomáticas com os Estados Unidos. A parlamentar relatou que a identidade de gênero no documento emitido pelo país foi alterada para “masculino”.
No debate, foi mencionado que a atriz da série Euphoria também recebeu categorização como homem nos Estados Unidos. Em resposta a essa situação, Coppolla argumentou que, para o governo americano, a autopercepção da identidade de gênero não é considerada, sendo priorizada a genética. Segundo ele, o critério adotado nos Estados Unidos é científico e objetivo, enquanto o Brasil optou por um critério social e subjetivo, onde prevalece a autodeclaração da identidade da pessoa. Ele destacou que, no Brasil, quem se recusa a reconhecer uma mulher trans como mulher pode enfrentar ações judiciais, questionando se outras democracias compartilham do mesmo entendimento.
Cardozo, por sua vez, defendeu que os Estados Unidos não deveriam ter alterado a identidade de gênero no visto. Ele salientou que essa questão transcende o aspecto diplomático, representando uma violação aos direitos humanos, dos quais os EUA são signatários. O comentarista destacou que os países têm soberania e assumem compromissos em acordos internacionais. Ele afirmou que o direito à autodeterminação de gênero é um direito humano fundamental e que tal reconhecimento é respaldado por decisões da Corte Interamericana de Direitos Humanos.
