sexta-feira, janeiro 31, 2025
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Defesa de Bolsonaro sobre delação de Cid é classificada como seletiva

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou sua desaprovação em relação à revelação do primeiro depoimento da colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid, que foi divulgada no último domingo (26). “A defesa do presidente Bolsonaro, ao tomar conhecimento da divulgação de trechos da colaboração do Ten. Cel. Art. Mauro Cid, expressa sua indignação em face de novos ‘vazamentos seletivos'”, diz a nota.

Os advogados de Bolsonaro enfatizaram que, por outro lado, o conteúdo da delação tem sido “repetidamente divulgado em meios de comunicação, tornando o sigilo apenas uma obrigação para as defesas dos investigados, o que prejudica evidentemente o direito à ampla defesa”. Além disso, a defesa considerou as investigações como “semissecretas”. “Quando as defesas têm acesso seletivo às informações, impedindo uma visão completa dos elementos de prova, isso se torna incompatível com o Estado Democrático de Direito que nosso sistema jurídico busca preservar”.

No primeiro depoimento da colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), foram mencionados nove dos 37 indiciados pela Polícia Federal por uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. A delação de Cid foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro de 2023. Desde então, ele já prestou mais de dez depoimentos. Segundo Cid, após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foram formados três grupos em torno de Bolsonaro.

O primeiro grupo, chamado de “conservadores”, tinha uma linha política clara. A intenção desse grupo era posicionar Bolsonaro como um “grande líder da oposição”, com integrantes como o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Bruno Bianco, que foi ex-advogado-geral da União. Havia também os “moderados”, que reconheciam “as injustiças” do Brasil, mas eram contrários a intervenções radicais. “Acreditavam que não havia nada a ser feito diante do resultado das eleições; qualquer ação contrária seria um golpe armado”, afirma Cid. Entre os envolvidos, estavam o general Freire Gomes, então comandante do Exército, e o general Paulo Sérgio Nogueira, que era ministro da Defesa.

O terceiro grupo, conforme mencionado na delação, era formado por “radicais”, subdividido em dois núcleos: um apoiava a busca por uma suposta fraude nas urnas, enquanto o outro defendia a criação de um braço armado. Entre os mencionados, constam o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, e o general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde. A CNN está tentando contato com os demais citados.

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