sábado, fevereiro 1, 2025
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Democratas decidem impedir sanção ao TPI no Senado dos EUA

Os senadores do Partido Democrata votaram na terça-feira (28) para bloquear um projeto de lei proposto pelos republicanos que impõe sanções ao Tribunal Penal Internacional (TPI). A proposta foi criada em resposta à emissão de mandados de prisão emitidos pelo TPI para altos cargos do governo israelense. Esses mandados foram divulgados no ano anterior, visando o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, seu ex-ministro da defesa Yoav Gallant, e um alto responsável do Hamas, com acusações de crimes de guerra ligadas aos ataques perpetrados pelo Hamas em Israel no dia 7 de outubro de 2023. O escritório do primeiro-ministro qualificou os mandados como “absurdos e antissemitas”.

O líder da maioria no Senado, John Thune, criticou a decisão do tribunal antes da votação, alegando que criar uma “equivalência moral” entre os líderes israelenses e o Hamas é “inaceitável”. Os democratas, cientes de que os republicanos poderiam caracterizar seus votos contrários ao projeto como um posicionamento anti-Israel, se esforçaram por vários dias. No fim, o único democrata a apoiar a proposta foi o senador John Fetterman, da Pensilvânia, resultando em um total muito aquém dos 60 votos necessários para que o projeto avançasse, com uma contagem final de 54 a 45.

Fetterman expressou sua incredulidade quanto à oposição ao projeto, afirmando que era difícil entender por que alguém não desejaria votar a favor e, assim, apoiar Israel. Dois senadores democratas recém-eleitos, Elissa Slotkin, de Michigan, e Ruben Gallego, do Arizona, que haviam apoiado a mesma proposta quando eram membros da Câmara, também votaram contra. O senador Jon Ossoff, da Geórgia, que busca a reeleição, não participou da votação. A senadora Jeanne Shaheen, uma das principais vozes democratas no Comitê de Relações Exteriores do Senado e também concorrendo novamente em New Hampshire, liderou as discussões com os republicanos na busca por um compromisso em relação ao projeto.

Entretanto, as tratativas não resultaram em um acordo viável antes da votação, e Shaheen, junto com outros democratas envolvidos nas negociações, como o senador Chris Coons, de Delaware, que também está em campanha para reeleição, decidiu se opor ao projeto. Chuck Schumer, líder da minoria no Senado, falou em plenário momentos antes da votação, caracterizando o projeto como “defeituoso e extremamente problemático”, e reclamou que os republicanos se mostraram relutantes em trabalhar em modificações que pudessem conquistar o apoio dos democratas.

As sanções direcionadas ao TPI, especialmente em relação a Netanyahu, geraram uma reação diversificada entre os republicanos e democratas no Congresso. O mesmo projeto já tinha sido aprovado na Câmara no início deste mês por 243 votos a 140, com 45 democratas se unindo aos republicanos. Na última sessão do Congresso, o projeto de sanções contra o TPI foi avaliado e aprovado pela Câmara com um placar de 247 a 155, contando com o apoio de 42 democratas. No entanto, não houve votação no Senado naquela ocasião, que estava sob controle democrata. Agora, com os republicanos em posição de poder na Câmara e no Senado, o assunto foi trazido de volta à pauta.

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