19 abril 2025
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Depoimentos na PF sobre a Abin paralela ultrapassam 5 horas

A investigação em curso, com duração de dois anos, aponta para a possível utilização da estrutura da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) pela administração anterior para monitorar indivíduos que eram opositores ao ex-presidente.

Recentemente, a Polícia Federal ouviu por mais de cinco horas o diretor-geral da ABIN, Luís Fernando Correa, e o ex-número dois da agência, Alessandro Morete. Após os depoimentos, que abordaram uma alegada estrutura de espionagem ilegal durante o governo de Jair Bolsonaro, nenhum dos dois fez declarações à imprensa. O contínuo potencial uso dessa estrutura sob a nova administração de Luiz Inácio Lula da Silva gera crescente preocupação no Palácio do Planalto. A operação é parte do inquérito denominado “ABIN Paralela”, que investiga ações de espionagem supostamente ilegais iniciadas no governo anterior.

A Polícia Federal está atualmente investigando a existência de um possível esquema de espionagem durante a gestão de Lula. As alegações surgiram em um contexto sensível, durante diálogos com o Paraguai sobre o fornecimento de energia da hidrelétrica de Itaipu, o que levou à suspensão das negociações pelo país vizinho. Recentemente, Morete foi exonerado da ABIN, em meio a suspeitas de envolvimento da agência nas investigações referentes à chamada “ABIN Paralela”.

Durante os depoimentos, Correa e Morete foram ouvidos simultaneamente, mas em salas separadas, para evitar qualquer influência mútua nos relatos. Essa situação levanta questões sobre a gestão atual da ABIN, incluindo a possibilidade de participação em práticas de espionagem, tanto internas quanto externas, ou em obstrução da justiça. Além disso, a concorrência de poder entre agentes da Polícia Federal e da ABIN insinua incertezas sobre o controle do governo Lula sobre a agência e uma possível conivência com irregularidades.

O desfecho desta investigação é vital para a administração atual, que enfrenta a necessidade de demonstrar transparência e supervisão sobre suas agências de inteligência. A descoberta de qualquer continuidade em práticas ilegais poderia acarretar sérias consequências políticas e diplomáticas, especialmente em um período em que o Brasil busca fortalecer suas relações internacionais e sua reputação no cenário global.

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