5 março 2025
HomeInternacionalDeportações nos EUA durante governo Trump podem chegar a 500 m...

Deportações nos EUA durante governo Trump podem chegar a 500 m…

As deportações nos Estados Unidos podem alcançar a marca de 500 mil indivíduos anualmente com o novo governo, conforme um estudo da Allianz Research, que é parte da análise econômica da Allianz Trade. A nova abordagem nas políticas migratórias pode fazer com que o crescimento populacional de 3,4 milhões, registrado no ano anterior, caia para 1,5 milhão neste ano, além de limitar o potencial de crescimento do PIB para menos de 2% até 2026.

O estudo, que se chama O Manual da Trumponomia, destaca que a força de trabalho dos Estados Unidos tem sido bastante influenciada pela imigração nos últimos tempos. Com o aumento das deportações e o endurecimento dos critérios para a imigração legal, é possível que o crescimento populacional sofra um impacto significativo, prejudicando setores que dependem de mão de obra externa.

Apesar de algumas pessoas dentro do governo terem mencionado a intenção de deportar até 1 milhão de imigrantes por ano, economistas do levantamento indicam que dificuldades logísticas e administrativas tornam essa meta pouco provável. No entanto, uma abordagem migratória mais severa pode afetar negativamente a economia americana e gerar tensões diplomáticas com nações vizinhas. Em resposta a essa situação, após relatos de imigrantes em condições severas, uma reunião de emergência foi convocada para discutir as repercussões da estratégia na região.

De acordo com o relatório, o governo busca aumentar o crescimento do PIB enquanto tenta manter a inflação sob controle, mas algumas de suas ações podem ser contraditórias. Por um lado, os cortes de impostos visam incentivar investimentos e consumo, a fim de aquecer a economia. Por outro, tarifas comerciais elevadas têm o objetivo de aumentar a arrecadação para financiar subsídios industriais e aprimorar a competitividade das exportações norte-americanas.

Conselheiros do governo e o vice-presidente também defendem uma estratégia de câmbio que possa desvalorizar o dólar em relação a outras moedas, o que poderia beneficiar o comércio internacional. No entanto, especialistas alertam que algumas dessas políticas podem acabar pressionando a inflação. O setor energético, por exemplo, poderia ter preços reduzidos pela desregulamentação, mas a insistência para que o Federal Reserve baixe as taxas de juros pode reiniciar a alta dos preços.

Outro desafio destacado pelo estudo é a dificuldade em reduzir o déficit público sem implementar cortes significativos nos gastos sociais ou aumentar impostos. Mesmo com um crescimento anual de 3%, equilibrar as contas do governo exigiria medidas mais rigorosas. O relatório indica que cortes nos orçamentos de agências federais não seriam suficientes, e que a arrecadação proveniente de tarifas comerciais não seria capaz de sanar o déficit fiscal. Para conseguir uma redução de 1% do PIB (aproximadamente US$ 290 bilhões), os Estados Unidos precisariam aumentar sua tarifa média de 2,7% para 13%, o que poderia causar interrupções nas cadeias de suprimentos nas fronteiras com o Canadá e o México.

Os economistas afirmam que o êxito da chamada Trumponomia dependerá da habilidade do governo em diminuir o déficit público de maneira sustentável. Caso isso ocorra, a inflação e as taxas de juros poderão sofrer uma queda, levando a uma desvalorização do dólar e, consequentemente, impulsionando as exportações. Contudo, essa estratégia pode exigir que se abra mão, pelo menos temporariamente, da promessa de um crescimento acelerado do PIB.

NOTÍCIAS RELACIONADAS
- Publicidade -

NOTÍCIAS MAIS LIDAS

error: Conteúdo protegido !!