A deputada federal Duda Salabert, do partido PDT de Minas Gerais, protocolou uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitando a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, devido a declarações feitas durante um evento no Rio de Janeiro no último domingo (16). A parlamentar afirma que, em suas falas, Bolsonaro adotou um tom conspiratório e incitou questionamentos sobre a integridade do processo eleitoral.
Parlamentares do PSD destacam que existem discordâncias dentro da sigla em relação à questão da anistia. De acordo com informações do PM-RJ, aproximadamente 400 mil pessoas participaram do ato, enquanto dados da USP indicam uma presença de cerca de 18,3 mil. Gleisi Hoffmann aponta que solicitar anistia antes de um julgamento é admitir a gravidade dos crimes em questão.
Duda Salabert ressalta que a continuidade desse discurso enganoso e inflamado constitui um risco à ordem democrática, uma vez que nutre a insatisfação de grupos extremistas que, no passado, realizaram atos de violência contra as instituições democráticas. A deputada argumenta que a liberdade do ex-presidente representa uma séria ameaça à manutenção da lei e da ordem, especialmente considerando sua insistência em disseminar dúvidas infundadas sobre as eleições de 2022. Ela alerta que esse comportamento não só pode desencadear ações violentas por parte de seus apoiadores, mas também enfraquece instituições e promove instabilidade política.
Além disso, Salabert solicita que a PGR impeça Bolsonaro de utilizar redes sociais e de participar de eventos públicos que possam funcionar como plataformas para novas incitações antidemocráticas. A equipe de reportagem busca contato com a defesa do ex-presidente Bolsonaro.
O ato que ocorreu em Copacabana foi organizado pelo pastor Silas Malafaia e contou com a presença de diversas autoridades, incluindo governadores, senadores e deputados federais, com a concentração de pessoas na orla de Copacabana. O evento aconteceu sob a expectativa do julgamento pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que se reunirá nos dias 25 e 26 de março para decidir se aceita ou não a denúncia da Procuradoria-Geral da República referente a uma alegada tentativa de golpe de Estado desenvolvida após as eleições de 2022. Bolsonaro figura entre os 34 denunciados por incentivar e realizar atos contra os Três Poderes e o Estado Democrático de Direito.