5 junho 2025
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Deputadas de São Paulo Enfrentam Ameaças de Morte e Estupro

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo está conduzindo uma investigação sobre um homem de 28 anos, acusado de enviar mensagens ofensivas e ameaçadoras a parlamentares. Como parte da investigação, seu computador e celular foram apreendidos.

Deputadas estaduais da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) receberam, no último sábado, mensagens de e-mail contendo ameaças graves, incluindo ameaças de morte e estupro. Os textos eram violentos, mencionando nominalmente algumas delas. A deputada Andréa Werner relatou que recebeu a mensagem enquanto estava em Brasília e que sua assessoria foi a primeira a notar o conteúdo agressivo.

A deputada destacou a gravidade da situação, afirmando que o email, que atingiu todas as deputadas da Alesp, evidencia um padrão de misoginia e ódio contra mulheres em posições de poder, sem distinção política. Para ela, o conteúdo chocante demonstra um desprezo alarmante pela presença feminina na política.

Por sua vez, a deputada Marina Helou classificou o ataque como “inaceitável”, pedindo uma resposta institucional que inclua uma investigação e um acolhimento adequado para as deputadas. Ambas salientaram que, apesar de já terem enfrentado ameaças anteriormente, essa foi a primeira vez que algo tão abrangente e direcionado ocorreu, visando todas as deputadas independentemente de suas orientações políticas.

A deputada Ana Carolina Serra também se manifestou publicamente, expressando seu repúdio a qualquer forma de violência e intimidação. Ela informou que, por precaução, não fará declarações mais profundas sobre o caso, a fim de não prejudicar as investigações em andamento. A assessoria da deputada reafirmou o compromisso com a legalidade e a proteção das mulheres em seus cargos.

O presidente da Alesp, André do Prado, expressou sua solidariedade às deputadas, enfatizando que ações agressivas não devem ser toleradas. Ele ordenou que as polícias Civil e Militar fossem acionadas para apurar os fatos. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que está investigando um suspeito e registrou o caso como ameaça, injúria racial e falsa identidade pela Polícia Civil junto à Alesp.

As deputadas da Alesp publicaram uma manifestação coletiva classificando as ameaças como “aviltantes”, ressaltando que representam uma tentativa de silenciamento das mulheres em posições de poder. Elas alertaram que a violência política, muitas vezes organizada através da internet, está se tornando cada vez mais comum, e que essa situação é um reflexo do odio dirigido às mulheres que ocupam esses espaços.

Para as parlamentares, é crucial adotar políticas públicas que combatam a violência política de gênero. A deputada Andréa Werner sugeriu que as normas internas da Alesp sejam revistas para garantir a segurança das deputadas em seu ambiente de trabalho, destacando a necessidade de medidas para proteger as mulheres de potenciais ameaças em uma instituição onde é difícil restringir a entrada de indivíduos sem ordens judiciais adequadas.

Werner revelou que a administração da Alesp está em diálogo para buscar mudanças nas políticas internas, assim como já ocorreram adaptações anteriormente para acomodar as mulheres, como a instalação de banheiros femininos. Ela enfatizou que a realidade das ameaças sofridas pelas mulheres deve levar a uma readequação das normas internas para garantir um ambiente seguro e inclusivo.

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