9 março 2025
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Desacelere a Economia para Controlar a Inflação: Caminhos para Atingir a Meta do Banco Central

O diretor de Política Econômica do Banco Central do Brasil, Diogo Guillen, declarou na última sexta-feira (7) que é fundamental reduzir o hiato do produto e desacelerar a economia nacional para que a inflação se aproxime da meta estipulada pela instituição, que é de 3%. Durante um evento promovido pelo Banco de Portugal em Lisboa, Guillen ressaltou que a autoridade monetária considera o hiato do produto como uma variável positiva para o Brasil, embora exista a perspectiva de que ele possa se tornar negativo em até seis trimestres.

O hiato do produto é definido como a diferença entre o Produto Interno Bruto (PIB) efetivo de uma nação e seu PIB potencial. Um hiato positivo, portanto, pode gerar pressões inflacionárias na economia. A meta central de inflação estabelecida pelo Banco Central é de 3%, com uma faixa de tolerância que varia em 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O último dado disponível sobre a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicou um aumento acumulado de 4,56% nos 12 meses até janeiro. Para corrigir o curso da inflação em direção à meta, o Banco Central está implementando um ciclo de alta na taxa básica Selic, que atualmente está em 13,25% ao ano.

Em sua exposição, Guillen destacou que o cenário preditivo do Banco Central pressupõe uma desaceleração da atividade econômica no Brasil, considerando essa tendência como parte do “processo de transmissão da política monetária” e um elemento essencial para que a inflação converja à meta. Ele também mencionou que o Banco Central está em um ciclo de aperto monetário e reiterou que a meta de inflação visada é de 3%. Além disso, expressou preocupação com as expectativas de inflação, que permanecem desancoradas.

Ao discutir o PIB brasileiro, Guillen observou que os dados de 2024, divulgados recentemente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apresentaram resultados inferiores às expectativas, com o consumo das famílias também em queda, o que indica uma moderada desaceleração nesta área. De acordo com o IBGE, o Brasil apresentou um crescimento de 3,4% em 2024, um pouco abaixo da expectativa de 3,5% do governo. Além disso, houve uma expansão de 0,2% no quarto trimestre de 2024 em comparação com o terceiro trimestre, que ficou aquém da previsão de 0,5% conforme pesquisa realizada pela Reuters. Guillen acrescentou que os dados mais recentes sugerem que “alguma moderação” no mercado de trabalho pode estar começando a ocorrer, mas enfatizou a importância de agir com cautela na interpretação desses números.

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