Durante o segundo dia do julgamento relacionado à suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus, os ministros Flávio Dino e Cármen Lúcia, integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), provocaram risos no plenário da Primeira Turma ao discutir suas idades. O momento se destacou após o ministro Alexandre de Moraes fazer uma referência a uma ação ocorrida em 2018 na Polônia, onde houve uma mudança na legislação que reduziu a idade para aposentadoria compulsória dos juízes da Suprema Corte de 70 para 65 anos. Essa alteração, conforme Moraes, visou afastar os cinco juízes que eram contrários às medidas consideradas inconstitucionais do governo polonês. O ministro classificou a atitude como um ataque a um dos poderes, mas não como um golpe de Estado, uma vez que os poderes políticos continuavam ativos.
Em um discurso, Flávio Dino expressou sua preocupação sobre a presença de militares que estão “mais apaixonados por armas do que por seus cônjuges”. Ele também afirmou que “golpe de Estado mata”, enquanto o ministro Moraes observou que não há como negar que Bolsonaro estava ciente da “minuta do golpe”. Dino, prestes a completar 60 anos, brincou que se opõe à hipótese de reforma da aposentadoria, mencionando sua proximidade com a faixa etária afetada. Moraes, ao responder, também fez uma piada sobre a idade.
Nesse meio tempo, a decana da Primeira Turma, Cármen Lúcia, fez uma intervenção, perguntando a Dino se ele estava enfrentando problemas relacionados à idade. Dino respondeu que era uma questão de “peso”. Cármen Lúcia, com 70 anos, e Dino, de 56 anos, discutiram sobre a aposentadoria compulsória, que está fixada aos 75 anos de acordo com a legislação atual. Para descontrair ainda mais a situação, Cármen Lúcia comentou que não era tão velha quanto Dino supunha.
No primeiro dia do julgamento, houve momentos semelhantes de descontração entre Cármen e Dino, quando discutiram sobre eventos relacionados ao STF e o caso do Mensalão. Cármen lembrou o ano de 2007, e em seguida, Dino aproveitou para destacar a importância da figura do juiz auxiliar, mencionando que era deputado federal naquela época. A interação entre eles continuou leve, com Cármen lembrando que já fazia parte do STF desde 2006, o que gerou risadas entre os presentes.
Cármen Lúcia, ao se referir à sua história no tribunal, fez uma correção a Dino, lembrando que ele deveria ter um entendimento mais precisa de sua experiência, ressaltando que ela não era tão velha quanto ele pensava. Essa troca de piadas e informações pessoais ajudou a criar um ambiente mais leve durante um julgamento sério, ao mesmo tempo que sublinha a presença de um histórico significativo de ambos os ministros no tribunal.
