15 março 2025
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Descoberta da Cratera de Meteorito mais Antiga do Planeta Terra

Foi identificada uma cratera de impacto de meteorito na região de Pilbara, em Austrália Ocidental, com uma idade estimada em mais de 3,5 bilhões de anos, tornando-a a mais antiga conhecida até o momento. A descoberta é significativa, pois ocorre em uma localidade que já era prevista por estudos anteriores e fornece suporte a teorias sobre o surgimento dos primeiros continentes da Terra. Os resultados da pesquisa foram divulgados na revista científica Nature Communications.

As formações rochosas mais antigas do planeta, datadas em mais de 3 bilhões de anos, são encontradas na base dos continentes atuais. Apesar da grande quantidade de pesquisas, ainda existe um debate entre geólogos sobre os processos que levaram à formação dessas rochas. Há um consenso de que esses primeiros continentes desempenharam um papel essencial em diversos processos químicos e biológicos primitivos.

Duas principais teorias explicam a formação dessas rochas antigas: uma sugere que elas surgiram sobre plumas térmicas provenientes do manto terrestre, enquanto a outra propõe que ocorreram através de processos semelhantes à tectônica de placas observada atualmente, onde as rochas se movimentam e colidem. Ambas as explicações dependem da dissipação de calor do interior da Terra.

Uma nova abordagem, proposta em um estudo anterior, sugere que a energia necessária para a criação dos continentes na região de Pilbara pode ter se originado de colisões com grandes meteoritos. Esses impactos teriam causado a explosão de imensas quantidades de material, aquecendo rochas adjacentes e permitindo a formação de crosta continental a partir do magma vulcânico gerado.

Em maio de 2021, uma expedição a Pilbara foi organizada para investigar a cratera. O grupo iniciou a busca em uma camada de rochas sedimentares denominada Antarctic Creek Member, caracterizada por sua espessura reduzida e pela presença de esférulas formadas a partir do material derretido durante um impacto. Após a exploração, foi identificado um ponto central promissor para a pesquisa, onde todos os membros do grupo encontraram cones de fragmentação, estruturas formadas por impactos de meteoro.

Esses cones de fragmentação são evidências visíveis do impacto, e após a identificação dos mesmos, foi concluído que havia uma cratera significativa na área. A idade dos cones de fragmentação foi um dos principais pontos de investigação, levando a expedições adicionais necessárias para verificar a antiguidade da cratera.

Um retorno ao local em maio de 2024 possibilitou uma análise mais detalhada das evidências coletadas. A presença contínua de cones de fragmentação na camada Antarctic Creek indicou que estavam associados ao impacto. Após a confirmação de que as rochas do Antarctic Creek têm 3,5 bilhões de anos, a equipe pôde afirmar que a cratera em Pilbara é a mais antiga conhecida na Terra.

A descoberta destaca a importância de crateras de meteoritos na formação geológica do planeta, similar ao que se observa em outros corpos celestes. As novas evidências proporcionam uma oportunidade de aprofundar a pesquisa sobre como esses impactos moldaram a evolução da Terra. A possibilidade de outras crateras ainda inexploradas existe e, ao serem descobertas, podem revolucionar a compreensão sobre a formação dos continentes e até sobre a origem da vida no planeta.

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