9 março 2025
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Descoberta de Nova Espécie de Pterossauro Através de Fóssil Pré-Histórico

Os pterossauros, répteis voadores que dominaram os céus durante a era dos dinossauros, possuíam uma estrutura óssea adaptada para suportar as forças do voo. Estudos realizados por cientistas do Museu Nacional/UFRJ sobre fósseis desses animais revelaram que os ossos apresentavam um padrão específico denominado laminaridade, que conferia maior resistência à torção. Essa característica atuava como um tipo de reforço interno, auxiliando os pterossauros no controle de suas asas, mesmo em situações de ventos fortes.

A pesquisa abrangeu fósseis de várias espécies, incluindo pterossauros encontrados no Brasil, e constatou que a laminaridade era mais pronunciada nos ossos das asas em relação aos membros inferiores. Isso indica que as estruturas responsáveis pelo voo eram mais robustas contra as torções do ar, um aspecto vital para um animal que passava a maior parte do tempo em voo. O estudo também estabeleceu comparações entre pterossauros, aves modernas e morcegos, concluindo que essa adaptação no voo pode ter evoluído de forma independente entre répteis e aves, enquanto os morcegos desenvolveram um mecanismo distinto para sustentar o voo.

Outro ponto de destaque foi a observação de que os filhotes de pterossauro apresentavam um padrão ósseo ainda mais adaptado do que os adultos. Isso sugere que esses jovens eram capazes de voar logo após o nascimento, sem a necessidade de um período de aprendizado, diferente do que ocorre com a maioria das aves.

Adicionalmente, cientistas identificaram uma nova espécie de pterossauro nas rochas do período Jurássico na China, chamada Darwinopterus camposi. Este animal pertence a um grupo raro denominado Wukongopteridae e é caracterizado por uma crista óssea no topo da cabeça, recebendo seu nome em homenagem ao geólogo brasileiro Diogenes de Almeida Campos, conhecido por suas contribuições na área de paleontologia.

Os wukongopterídeos são notáveis por sua anatomia singular, apresentando uma combinação de traços primitivos e avançados, com um pescoço longo e uma cauda que se assemelha à dos pterossauros mais antigos. Essa mistura de características sugere que o Darwinopterus camposi pode desempenhar um papel importante na compreensão da transição evolutiva desses répteis voadores. Os fósseis encontrados indicam que a espécie habitava ambientes ricos em insetos, possivelmente atuando como um ágil predador no ar.

Essa descoberta também destaca a relevância da colaboração científica internacional, pois a pesquisa foi conduzida por cientistas do Brasil e da China, que têm trabalhado juntos nos últimos 20 anos em estudos sobre pterossauros. O fóssil foi localizado na Formação Tiaojishan, um importante sítio paleontológico conhecido por ter revelado diversos outros pterossauros bem preservados, contribuindo para o entendimento da história fascinante desses répteis voadores.

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