18 junho 2025
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Descoberta de Túmulo Viking de Mil Anos com Mulher e Seu Cão

Arqueólogos do Museu Universitário Ártico da Noruega realizaram uma importante descoberta em Senja, uma ilha localizada acima do Círculo Polar Ártico. Foi localizado um túmulo viking com aproximadamente mil anos, que estava escavado nas estruturas remanescentes de uma embarcação de mais de 5 metros de comprimento. A escavação revelou os restos mortais de uma mulher e de um pequeno cachorro, este último cuidadosamente posicionado aos pés da falecida.

O local foi inicialmente identificado por meio de detectores de metais, que conseguiram localizar dois broches ovais e fragmentos ósseos a apenas 20 centímetros da superfície. Reconhecendo o potencial valor do achado, os responsáveis pela detecção interromperam a escavação e alertaram as autoridades competentes. A localização do túmulo, quase na zona de arado de um campo, tornava-o vulnerável à destruição por tratores.

Após obter a autorização necessária, a equipe de arqueólogos realizou uma escavação mais profunda e, ao remover a camada superficial do solo, descobriram uma embarcação funerária com cerca de 5,4 metros de comprimento, datada entre 900 e 950 d.C. Dentro do barco, estavam os esqueletos de uma mulher e de um cachorro, além de diversos objetos que indicam a clara importância social da falecida.

Os broches ovais de prata, bem como adornos refinados e ferramentas domésticas encontradas na sepultura, sugerem que a mulher tinha uma posição significativa em sua comunidade, embora não estivesse no topo da hierarquia social. Enterros em embarcações eram reservados a poucos indivíduos em cada geração e simbolizavam prestígio, especialmente quando acompanhados de bens valiosos.

Dentre os itens descobertos, estavam contas de osso e âmbar, um pingente em forma de anel (provavelmente utilizado na cabeça), uma pedra de amolar de ardósia, uma foice de ferro e ferramentas associadas à produção têxtil, como uma espada de tecelagem e possivelmente um fuso. Esses achados corroboram a hipótese de que ela era responsável por tarefas essenciais na vida doméstica e agrícola.

O cão, encontrado aos pés da mulher, foi colocado com cuidado, insinuando que ele não era apenas um animal funcional, mas possivelmente um companheiro emocional. Enterros de humanos com cães durante o período viking não são comuns, mas a presença do animal pode sugerir uma crença em seu papel como guia na vida após a morte, além de refletir laços emocionais significativos entre a mulher e o cão.

A equipe de pesquisa ainda não determinou a raça do cachorro, mas os exames futuros devem revelar informações sobre sua constituição física, idade e funções na rotina da comunidade.

As análises dos ossos da mulher podem trazer à tona detalhes como idade, altura, possíveis doenças ou ferimentos, padrões alimentares e até mesmo informações sobre sua mobilidade geográfica ao longo da vida. Apesar de testes avançados de DNA ainda não estarem previstos para esta fase da escavação, eles poderiam oferecer insights sobre características como cor dos olhos e cabelos.

Os arqueólogos levantam a hipótese de que a região pode abrigar outros sepulcros semelhantes. Broches encontrados nas proximidades indicam que o local possa ter funcionado como um cemitério costeiro utilizado por várias gerações. A equipe planeja realizar levantamentos com radar de penetração no solo para investigar a presença de novas sepulturas.

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