24 março 2025
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Descobertas na Áustria: Ossos de Mamute de 2 Milhões de Anos São Encontrados!

Uma escavação recente na Áustria revelou ossos de pelo menos cinco mamutes que viveram há aproximadamente 25 mil anos, durante a última Era do Gelo. Além dos restos desses animais, foram encontradas ferramentas de pedra e fragmentos de presas com indícios de manipulação humana. Essas descobertas sugerem que caçadores pré-históricos utilizavam o local para caçar, desmembrar e aproveitar várias partes dos mamutes, incluindo o marfim, que possivelmente era transformado em armas ou utensílios.

A descoberta ocorreu em Langmannersdorf an der Perschling, localizado a cerca de 70 quilômetros de Viena, uma área conhecida desde o início do século 20 por conter fósseis de grandes mamíferos. Duas áreas de escavação, separadas por apenas 15 metros, mostraram diferentes tipos de atividade. Em uma das áreas, os arqueólogos encontraram ossos com marcas de corte bem preservadas, indicando que pelo menos dois mamutes foram desmembrados. Na outra área, os restos de pelo menos três animais foram encontrados, com ênfase nas presas inteiras e fragmentadas, sugerindo que o marfim era trabalhado no local logo após a caça.

Além disso, foram identificados instrumentos de pedra e resíduos indicativos do processo de fabricação, o que demonstra que os caçadores estavam utilizando os recursos disponíveis de maneira eficiente e organizada. O arqueólogo responsável pela escavação, vinculado ao Instituto Arqueológico Austríaco da Academia Austríaca de Ciências, destacou que a descoberta foi além das expectativas, revelando áreas intensamente utilizadas onde vários animais foram processados.

Durante o final do período Pleistoceno, os mamutes ainda habitavam as planícies da Europa Central, e o vale do rio Perschling era utilizado como uma rota de migração e pastagem. Os pesquisadores acreditam que os grupos humanos da região monitoravam cuidadosamente os padrões de deslocamento desses animais e organizavam suas caçadas em momentos estratégicos.

A distinção entre as áreas de desmembramento e de processamento do marfim, juntamente com a presença de ferramentas específicas para cada tarefa, evidencia um conhecimento técnico avançado. O marfim, sendo mais resistente que a madeira e abundante em regiões frias, era amplamente utilizado na confecção de pontas de lança e outros instrumentos de caça. Tal prática, comum em sítios paleolíticos europeus, ilustra a habilidade desses grupos em adaptar seus métodos aos recursos disponíveis.

Apesar de a região já ter sido escavada no início do século 20, as descobertas mais recentes são consideradas excepcionais pela quantidade e pelo estado de conservação dos materiais. Investigadores realizaram escavações iniciais entre 1904 e 1907, quando ossos de mamute foram encontrados por moradores locais e vendidos a indústrias. Entre 1919 e 1920, escavações sistemáticas identificaram dois acampamentos antigos de caçadores. Desde então, a área permanecia inativa por várias décadas.

Com o auxílio de tecnologias modernas, como análises de DNA antigo, isótopos estáveis e modelagem paleodemográfica, a nova fase de escavações visa oferecer uma reconstrução mais precisa do ambiente e das atividades humanas de 25 mil anos atrás. Cientistas estão analisando dentes e ossos dos animais para compreender suas dietas, rotas migratórias e condições de vida, contribuindo para um melhor entendimento das interações entre humanos e megafauna na pré-história.

Os materiais coletados estão sendo analisados em um centro de pesquisa do Instituto Arqueológico Austríaco na cidade de Krems. Após a conclusão dos estudos laboratoriais, parte das descobertas será enviada ao Museu de História Natural de Viena, onde fará parte de futuras exposições. Outra parte será destinada ao Museu de História Local de Perschling, permitindo que o público explore os detalhes dessa descoberta.

A escavação faz parte do projeto europeu MAMBA, que reúne cientistas da Áustria, Polônia e República Tcheca para investigar grandes acúmulos de ossos de mamute em diversas regiões. O objetivo é compreender como os grupos humanos do Paleolítico Superior caçavam esses animais, como utilizavam seus restos e como as mudanças climáticas entre 35 mil e 25 mil anos atrás influenciaram o declínio da espécie. A iniciativa também se propõe a mapear a relação entre a atividade humana e as transformações das paisagens europeias no final da Era do Gelo.

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