Quando se fala em aves incapazes de voar, a ideia de agressividade não é a primeira que vem à mente. Muitas vezes, pensa-se em pavões caminhando de maneira tranquila em zoológicos, embora esses pássaros sejam, na verdade, capazes de voos curtos. O dodô, uma espécie extinta, também é lembrado por sua natureza dócil e vulnerabilidade às ameaças, sendo eliminado em menos de um século.
No entanto, uma ave que merece atenção por seu potencial agressivo é o casuar, encontrado no norte da Austrália e na Nova Guiné. Este pássaro imponente pode atingir até 1,80 m de altura e pesar até 60 kg, apresentando uma aparência que remete ao período Cretáceo. Sua plumagem preta e brilhante assemelha-se a um manto grosso, e um capacete de queratina na cabeça, cuja função exata é debatida, pode ajudar na navegação em florestas densas ou amplificar seus chamados característicos.
Os casuares são conhecidos por seu comportamento territorial, especialmente as fêmeas, que são maiores e mais agressivas do que os machos. Elucidam sua defesa feroz do território, atacando ao se sentirem ameaçados. O principal perigoso resulta de suas pernas, que possuem garras afiadas, com um dos dedos apresentando uma lâmina de até 13 centímetros, capazes de infligir ferimentos graves.
Embora fatalidades decorrentes de encontros com humanos sejam raras, lesões sérias ocorrem com frequência. Na Austrália, autoridades de vida selvagem desenvolveram protocolos específicos para o manejo seguro desses animais em áreas onde há interação regular entre humanos e casuares.
A notável velocidade e agilidade do casuar o destacam; esses pássaros podem correr a até 48 quilômetros por hora e saltar 1,5 metros. Além disso, são bons nadadores, o que aumenta sua formidable presença em florestas tropicais.
Estudos sugerem que a agressividade do casuar pode estar ligada ao seu comportamento solitário e ao intenso investimento parental, em que as fêmeas põem ovos, enquanto os machos incubam e cuidam dos filhotes. Esse comportamento pode levar a reações defensivas quando a ave se sente ameaçada. O contato entre casuares e humanos em trilhas e áreas turísticas, por exemplo, pode intensificar esses conflitos.
Conservacionistas destacam que a agressividade do casuar deve ser compreendida como um mecanismo de defesa. Essas aves têm um papel ecológico vital, dispersando sementes de plantas que consomem, o que é crucial para a manutenção de algumas espécies vegetais.
A convivência pacífica com os casuares é possível por meio do respeito e da observação de distância segura, evitando a alimentação ou provocação desses animais.