No deserto de Karakum, no Turcomenistão, uma cratera em chamas tem atraído a atenção de visitantes e especialistas por mais de cinquenta anos. Com dimensões aproximadas de 70 metros de diâmetro e 30 metros de profundidade, essa formação geológica é oficialmente denominada Cratera de Gás de Darvaza, embora seja mais conhecida como “Porta do Inferno”. Em 2018, o governo local decidiu renomeá-la como “O Brilho de Karakum”.
A origem da cratera remonta aos anos 70, durante uma operação de perfuração soviética em busca de gás natural. De acordo com o relato mais comum, um colapso do solo resultou na queda da plataforma de perfuração e expôs uma caverna subterrânea rica em metano. Para controlar a liberação de gases tóxicos, os cientistas decidiram incendiar o local, acreditando que o fogo se extinguiria em poucos dias. No entanto, mais de cinquenta anos após o incidente, as chamas continuam a arder.
As chamas que consomem a cratera são alimentadas pelo metano que ainda flui do subsolo. Esse gás, que é altamente inflamável, mantém o fogo aceso incessantemente, convertendo a cratera em uma chama permanente no coração do deserto. No entanto, há indícios de que a intensidade do fogo tenha diminuído recentemente. Visitantes frequentes notaram uma quantidade reduzida de chamas visíveis, o que pode sugerir que o reservatório de gás está se esgotando gradualmente. O calor emanado da cratera é perceptível a vários metros de distância, sendo o espetáculo ainda mais impressionante durante a noite. A cratera se tornou um dos principais pontos turísticos do Turcomenistão, atraindo turistas que enfrentam longas viagens pelo deserto até a pequena povoação de Darvaza.
O governo turcomeno já tomou iniciativas para extinguir a cratera. Em 2022, o então presidente Gurbanguly Berdimuhamedow pediu à equipe de especialistas que encontrasse uma maneira de apagar o fogo, citando preocupações sobre a saúde das comunidades locais e as perdas econômicas decorrentes do desperdício de gás. Essa não foi a primeira tentativa: em 2010, o mesmo presidente havia solicitado ações semelhantes, mas sem sucesso. Até o momento, nenhuma medida concreta foi implementada.