A origem do Tiranossauro Rex, amplamente chamado de “rei dos dinossauros”, foi recentemente analisada em um novo estudo. Pesquisadores da University College London (UCL) revelaram que os ancestrais dessa espécie teriam cruzado uma ponte de terra que unia a Ásia à América do Norte. Este evento teria ocorrido há cerca de 70 milhões de anos, quando os precursores do T-rex atravessaram o Estreito de Bering, ligando a atual Sibéria ao Alasca. Essa descoberta acrescenta uma nova dimensão ao entendimento sobre a evolução desse predador, sugerindo que ele está mais relacionado a dinossauros asiáticos do que a outras espécies encontradas no oeste americano.
O doutorando em paleontologia Cassius Morrison, que lidera a pesquisa, destaca que a quantidade de tiranossaurídeos, os ancestrais do T-rex, era menor em comparação às suas presas herbívoras, o que os colocou no topo da cadeia alimentar. Essa relativa escassez implica em menores chances de se encontrar fósseis preservados dos precursores dos tiranossauros. Para reconstruir a árvore genealógica dessa espécie, os cientistas utilizaram modelos matemáticos baseados nos fósseis existentes e nas condições climáticas e ambientais da época. Essas modelagens prevêem a possibilidade de novas descobertas, como fósseis dos ancestrais do T-rex na Ásia.
Além disso, o estudo revelou que o tamanho do T-rex estava relacionado a períodos de queda nas temperaturas globais, sugerindo uma adaptação da espécie a climas mais frios. Durante esse tempo, também ocorreu a extinção dos carcharodontosaurídeos, um competidor carnívoro, que abriu espaço para os tiranossauros dominarem a cadeia alimentar. Quando extintos, os Tiranossauros rex podiam atingir pesos de até 9 toneladas, semelhante ao de um grande elefante africano ou de um tanque leve.
Em comentários sobre a pesquisa, o paleontólogo Steve Brusatte, da Universidade de Edimburgo, observou que até mesmo os dinossauros mais poderosos foram impactados por mudanças climáticas. Ele afirmou que os tiranossauros demonstraram a capacidade de crescer em períodos distintos quando condições mais frias incentivaram o aumento de tamanho. Por sua vez, Charlie Scherer, coautor do estudo e futuro doutorando na UCL, destacou que as descobertas ajudam a compreender a origem dos maiores tiranossauros na América do Norte e do Sul durante o Cretáceo, além de elucidar os fatores que contribuíram para seu crescimento significativo até o fim da era dos dinossauros.