A Sexta-feira Santa é um feriado que, para muitos, representa uma oportunidade de descanso e convívio familiar. No entanto, para os cristãos, em especial os católicos, essa data possui significado profundo, sendo um momento de recordar a morte de Jesus Cristo, que, conforme descrito na Bíblia, se sacrificou pela salvação da humanidade. Durante este tempo de luto, a prática de jejum e a substituição da carne vermelha por peixe são comuns entre os fiéis.
De acordo com informações de um sacerdote da Paróquia Santo Antônio de Lisboa, essa troca de alimentos na Sexta-feira Santa surge da necessidade das pessoas de se conectarem mais com Deus. A abstinência de certos alimentos é vista como um meio de controle da vontade, permitindo que os fiéis se aproximem espiritualmente. Essa prática pode ser entendida como uma forma de se distanciar das distrações para se focar em Deus.
Atualmente, o peixe, uma alternativa tradicional durante a Páscoa, tem se tornado um item de custo elevado. Dados de uma pesquisa realizada por uma empresa especializada em dados de varejo indicam que, em 2024, o preço do bacalhau e de outras espécies de peixe aumentou significativamente, 36% e 15% respectivamente. Historicamente, o peixe era uma opção mais acessível durante a Semana Santa, diferente da carne vermelha, que era consumida principalmente por aqueles de maior poder aquisitivo.
O sacerdote explica que o peixe era uma escolha mais prática na época de Jesus, sendo consumido por muitas famílias que não podiam arcar com o custo da carne vermelha. O peixe é considerado uma carne mais leve, permitindo que os fiéis não se sintam sobrecarregados e possam se voltar mais rapidamente ao jejum, como parte da aproximação com a paixão de Cristo.
Ainda segundo o sacerdote, a intenção do jejum não é simplesmente substituir a carne pela carne de peixe, especialmente considerando o preço elevado de algumas variedades. O foco do jejum é a prática da abstinência, e aqueles que não podem comer peixe, por questões financeiras ou preferências pessoais, são incentivados a buscar alternativas, como ovos ou sardinhas, que se ajustem melhor à sua realidade.
O jejum e a abstinência são recomendados para pessoas entre 16 e 68 anos, sendo opcional para aqueles com mais de 70 anos. Indivíduos com comorbidades, como diabetes, estão isentos do jejum obrigatório. Para aqueles que enfrentam dificuldades em cumprir o jejum por motivos pessoais ou sociais, outras formas de dedicação, como oração, escuta e caridade, são sugeridas como alternativas.
Por último, é importante ressaltar o verdadeiro significado da Sexta-feira Santa e da Páscoa. Este período não deve ser visto como apenas uma pausa nas atividades ou uma extensão de feriados, mas sim como uma oportunidade de fortalecer a fé e renovar a esperança na salvação proporcionada por Deus através de Seu Filho.