No último ano, o asteroide 2024 PT5 esteve em órbita ao redor da Terra por algumas semanas, sendo denominado de “segunda lua” ou “minilua”. Um grupo de pesquisadores publicou uma análise de sua trajetória e características. Este corpo celeste permaneceu próximo ao planeta até 25 de novembro. O estudo sugere que o asteroide pode ter se originado de material ejetado da Lua há bilhões de anos, resultado de uma colisão que formou algumas de suas crateras. Os dados utilizados na pesquisa foram coletados pelo Observatório Teide, localizado na Espanha. Um artigo divulgado na revista Astronomy & Astrophysics indica que a composição química de 2024 PT5 apresenta semelhanças com amostras lunares coletadas durante as missões Apollo da NASA.
O asteroide, antes de se aproximar da Terra, se encontrava no cinturão de asteroides de Arjuna, a aproximadamente 150 milhões de quilômetros do Sol. A maioria dos asteroides nesse cinturão segue uma trajetória que se assemelha à da órbita da Terra. Alguns desses objetos celestes podem chegar a se aproximar até 4,5 milhões de quilômetros do planeta. Para ser classificado como uma “segunda lua”, um asteroide deve atender a determinados critérios, incluindo uma velocidade mínima de 3.540 quilômetros por hora.
Uma “minilua” pode seguir dois tipos de trajetória: uma mais extensa, na qual o asteroide orbita o planeta por anos, ou uma passagem breve, que ocorre em apenas dias ou semanas. O asteroide 2024 PT5 se encaixa na segunda categoria, pois permaneceu em órbita terrestre por um período limitado. Após sua saída da órbita da Terra, o objeto retornou ao cinturão de asteroides de Arjuna, sendo “expelido” devido a perturbações gravitacionais causadas pelo Sol. Os dados obtidos pelo Observatório Teide podem contribuir para estudos detalhados sobre o asteroide em próximas passagens.
Os cientistas acreditam que o 2024 PT5 se formou a partir de uma colisão de um corpo rochoso na Lua há bilhões de anos, levando à hipótese de que existem outros asteroides com características semelhantes no cinturão de Arjuna. O estudo também aponta que o asteroide 2024 PT5 está envolvido em eventos recorrentes de coorbitalidade e “miniluas”, possuindo um espectro visível compatível com um asteroide do tipo Sv ou, possivelmente, com material que foi ejetado da Lua.