Nascido em São Paulo e criado em Belo Horizonte, Mat Velloso possui uma trajetória incomum. O executivo, que se formou em Administração pela Faculdade de Administração de Brasília, deu início a sua carreira internacional aos 30 anos, quando optou por deixar um negócio de sucesso no Brasil para realizar o desejo de explorar o mundo. Ele decidiu se mudar para a Nova Zelândia devido à sua cultura e exemplos de igualdade de gênero.
Antes de se mudar, Mat era programador e havia fundado uma empresa no Brasil na área de tecnologia. Ao chegar à Nova Zelândia, começou sua trajetória do zero, prestando serviços de consultoria para a Microsoft, que logo o convidou para se tornar funcionário. Durante 15 anos na gigante da tecnologia, ele teve a oportunidade de trabalhar diretamente com o atual CEO, Satya Nadella, e fazer parte do desenvolvimento do ChatGPT.
A transição para o Google ocorreu de maneira orgânica, motivada pelo desejo de explorar novas fronteiras da inteligência artificial. Velloso foi honesto com Nadella sobre sua necessidade de estar na vanguarda da IA, e isso culminou em uma oportunidade com o Google, onde ele começou a trabalhar ao lado de programadores e desenvolvedores.
Em uma recente entrevista, Velloso discutiu a importância da experiência em startups para a liderança em empresas grandes de tecnologia, destacando que a necessidade de validar ideias rapidamente é essencial. Essa experiência é particularmente relevante no contexto brasileiro, onde a margem para erros é ainda menor devido às condições econômicas.
Velloso, que vem de uma formação musical, enfatizou que não está no campo da IA para substituir humanos, mas para aumentar a produtividade e o valor econômico. Ele defende que as ferramentas de IA devem ser usadas para complementar, e não substituir, a criatividade e a singularidade dos seres humanos. A empresa investe em verificações rigorosas para garantir o respeito aos direitos autorais.
Em relação ao impacto da IA profunda nos avanços científicos, Velloso acredita que a IA pode acelerar descobertas, tornando-se uma ferramenta essencial para cientistas. Ele prevê que, em um futuro próximo, muitos prêmios Nobel serão concedidos a pesquisas desenvolvidas com o auxílio da inteligência artificial.
Por outro lado, ele também reconhece os desafios associados ao uso da IA em termos de sustentabilidade global, destacando que a eficiência energética dos modelos utilizados pelo Google é significativamente superior à de concorrentes. O modelo mais eficiente precisa de menos recursos para operar, o que é crucial no contexto ambiental atual.
Esclarecendo como as empresas podem integrar a IA em seus processos, Velloso ressalta a importância de definir primeiro quais são os problemas que necessitam de soluções antes de escolher a tecnologia a ser utilizada. Este enfoque estruturado tende a gerar resultados mais eficazes.
Sobre os limites da IA, ele afirma que, enquanto os limites éticos são inegociáveis, a responsabilidade de definir o que é certo ou errado deve recair sobre legisladores, e não sobre empresas de tecnologia. Em termos de limites tecnológicos, ele destaca que ainda estamos apenas no início de uma evolução exponencial.
Por fim, Velloso menciona que novos protocolos estão sendo desenvolvidos para promover a comunicação entre diferentes agentes de IA. Essa evolução sugere que a complexidade e capacidade da IA estão aumentando rapidamente, com um futuro que promete mudanças significativas que ainda não estão completamente visíveis.