A cantora Lexa anunciou, em 10 de outubro, o falecimento de sua filha Sofia, que nasceu no dia 2 do mesmo mês. A criança faleceu no dia 5 devido a complicações relacionadas a um caso grave de pré-eclâmpsia precoce e síndrome HELLP, condições que levaram Lexa a estar internada desde janeiro. Especialistas na área, como o ginecologista obstetra Fernando Prado e o ginecologista obstetra Nélio Veiga Junior, destacam as características desta doença.
A pré-eclâmpsia grave se caracteriza, além da hipertensão arterial, pelo comprometimento de órgãos como rins, fígado, placenta e cérebro. Quando ocorre de forma precoce, pode resultar em sérias consequências tanto para a mãe quanto para o feto. Uma das complicações associadas é a síndrome HELLP, que envolve hemólise, elevação das enzimas hepáticas e queda nas plaquetas. Essa síndrome pode levar a insuficiência hepática e à coagulação disseminada. Para o bebê, a principal complicação é a prematuridade, podendo ocorrer também restrição de crescimento se houver problemas com a oxigenação ou desenvolvimento da placenta. Isso resulta em baixa massa corporal e má formação dos órgãos, dificultando a sobrevivência do recém-nascido devido à imaturidade dos pulmões e outros órgãos.
A pré-eclâmpsia afeta entre 5% a 10% das gestantes e é definida pelo aumento da pressão arterial após a 20ª semana de gestação, frequentemente acompanhada de proteinúria ou sinais de lesão em órgãos. Esta condição está ligada a fatores como histórico de hipertensão ou pré-eclâmpsia, idade acima de 35 anos, gestações por fertilização assistida, obesidade, diabetes e gestações gemelares. Os sintomas incluem inchaço, principalmente nas pernas, dor de cabeça intensa, alterações visuais, dor abdominal e outros. O diagnóstico é feito por meio da aferição da pressão arterial, análise dos sintomas, histórico clínico e familiar, além de exames laboratoriais para verificar a presença de proteína na urina.
De acordo com a gravidade do quadro clínico, o profissional de saúde pode recomendar diferentes abordagens terapêuticas. Para os casos mais leves, são sugeridas mudanças no estilo de vida, incluindo dieta saudável, controle de peso e prática de exercícios físicos. O uso de ácido acetilsalicílico e suplementação de cálcio é recomendado para diminuir a probabilidade de desenvolvimento da pré-eclâmpsia. Já nos quadros mais graves, o tratamento é geralmente realizado em ambiente hospitalar, com medicamentos para controle da pressão arterial e prevenção de convulsões. Dependendo da idade gestacional e da gravidade do caso, pode ainda ser indicada a antecipação do parto ou a interrupção da gestação.