Um terremoto de magnitude 7,7 ocorreu no centro de Mianmar e na Tailândia na sexta-feira (28), resultando em destruição significativa e um número elevado de vítimas. Um geofísico do Serviço Geológico do Brasil destacou, em entrevista, os aspectos que contribuíram para o elevado potencial destrutivo deste abalo sísmico. Ele mencionou que duas características principais tornaram este evento particularmente perigoso: uma magnitude muito alta, de 7,7, e uma profundidade rasa.
A combinação desses fatores resultou em uma liberação de energia muito próxima da superfície, o que aumentou consideravelmente as vibrações na região, elevando assim o potencial de danos. O especialista indicou que, se esse mesmo tipo de terremoto tivesse ocorrido a uma maior profundidade, o impacto poderia não ter sido tão devastador.
A região leste de Mianmar, de acordo com o geofísico, está situada no ponto de encontro entre duas placas tectônicas: a Euroasiática e a Indiana, tornando-se suscetível a terremotos recorrentes de alta magnitude. Histórico aponta que, desde 1900, a área já registrou mais de três ou quatro eventos desse nível de magnitude 7 ou superior, ocasionando diversos tipos de danos.
O geofísico também abordou a possibilidade de tremores secundários, fenômeno comum após grandes terremotos. Ele alertou que esses tremores podem continuar por dias ou até meses, dependendo das condições locais do local de ruptura.
Em relação à preparação de Mianmar para lidar com terremotos, foi destacado que isso varia conforme a região, dependendo das normas técnicas de construção implementadas no país. A situação foi comparada a outros países com histórico de sismos, como Japão e Chile, que geralmente estão mais bem preparados para enfrentar tais eventos.
Por fim, o impacto humano deste terremoto foi significativo. O especialista enfatizou que, diante do nível de destruição em uma cidade, é necessário refletir sobre as consequências. Ele ressaltou a importância de edificações mais robustas e de uma fiscalização adequada, principalmente em áreas com altos índices de atividade sísmica, de modo a mitigar os danos de futuros terremotos.