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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na segunda-feira (20) sua intenção de implementar uma tarifa de 25% sobre produtos provenientes do México e do Canadá. Caso essas tarifas sejam efetivamente aplicadas, elas poderão impactar negativamente a economia dos cidadãos americanos, uma vez que tanto o México quanto o Canadá estão entre os principais parceiros comerciais dos EUA. Juntos, esses países foram responsáveis por 30% do total das importações americanas em 2024.
Caso Trump avance com a imposição dessas tarifas, o governo canadense já declarou que tomará medidas enérgicas em resposta a elas. Mesmo que Trump afirme que os exportadores estrangeiros suportarão o ônus das tarifas, é provável que os consumidores americanos acabem arcando com parte desse custo, uma vez que é improvável que os varejistas absorvam totalmente o aumento. Para se precaver, os varejistas têm adotado estratégias como estocar produtos ou transferir a produção para locais que não enfrentam essas tarifas, mas essas medidas podem ser apenas temporárias. Além disso, muitos produtos não podem ser estocados ou fabricados em outros locais.
Entre os produtos que poderão sofrer um aumento de preço nos EUA estão os automóveis e suas peças. No último ano, os americanos importaram US$ 87 bilhões em veículos e US$ 64 bilhões em peças do México, além de um total de US$ 34 bilhões em veículos do Canadá. O setor automobilístico está alarmado com a possibilidade de novas tarifas. As montadoras americanas conseguiram manter os custos baixos, em grande parte, ao empregar trabalhadores com salários mais baixos, especialmente no México. No entanto, a aplicação de uma tarifa de 25% pode eliminar essa economia, e a relocação de produção para outros países se torna altamente improvável devido aos investimentos já feitos e à dificuldade de obter matérias-primas em outros lugares.
Outro setor que poderá ser severamente afetado é o de petróleo e gás. Com importações de US$ 97 bilhões do Canadá no último ano, a dependência dos EUA do petróleo canadense aumentou, especialmente com a expansão do oleoduto Trans Mountain. Na ocasião em que Trump mencionou pela primeira vez a imposição da tarifa, um especialista estimou que os preços da gasolina poderiam aumentar entre US$ 0,25 e US$ 0,75 por galão, impactando especialmente os estados da região dos Grandes Lagos e do Centro-Oeste.
Os produtos alimentícios, particularmente as importações agrícolas do México, também enfrentarão um aumento de preços. Os EUA importaram US$ 46 bilhões em produtos agrícolas mexicanos, incluindo vegetais frescos, cervejas e bebidas destiladas. Como resultado da tarifa proposta, algumas empresas, como a Constellation Brands, poderiam ver seus custos subirem em até 16%, refletindo um aumento nos preços aos consumidores. Com a importação de frutas frescas, como os abacates, chegando a US$ 3,1 bilhões, o aumento das tarifas pode pressionar os preços, já que supermercados e agricultores operam com margens de lucro baixas, forçando-os a repassar os custos adicionais aos consumidores.
