26 fevereiro 2025
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Desinformação das Corporações: Lula Defende Estabilidade Nacional

Em discurso durante a Primeira Reunião de Sherpas da presidência brasileira do Brics, realizada em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou que o desenvolvimento da inteligência artificial (IA) deve incluir os países do Sul Global. Durante o evento no Palácio do Itamaraty, foi destacada a importância de mitigar os riscos e assegurar que os benefícios da revolução digital sejam distribuídos de maneira justa.

Lula declarou que grandes corporações não devem ter a capacidade de silenciar ou desestabilizar nações inteiras por meio da desinformação, ressaltando que a responsabilidade pela mitigação de riscos e pela distribuição de benefícios é coletiva. O presidente anunciou que o Brasil apresentará uma proposta de sistema de governança para a IA no âmbito do Brics, reiterando que os interesses públicos e a soberania digital devem prevalecer sobre os interesses empresariais.

O presidente também ressaltou o papel estratégico do Brics na geopolítica global, defendendo um mundo multipolar e relações internacionais mais equilibradas. Lula reafirmou o compromisso do Brasil com o multilateralismo e criticou a saída dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS) durante a administração de Donald Trump. Ele destacou que prejudicar a atuação da OMS é um erro que traz sérias consequências e que fortalecer a arquitetura global de saúde, com a OMS no centro, é crucial para garantir acesso justo a medicamentos e vacinas.

Atualmente, o grupo Brics é composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. Durante a cúpula de líderes do grupo, agendada para julho no Rio de Janeiro, países parceiros como Belarus, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão estão previstos para serem convidados a somar-se ao bloco.

Lula também definiu as prioridades da presidência brasileira no Brics, que incluem:

– Reforma da arquitetura multilateral de paz e segurança, com modificações na ONU e no Conselho de Segurança.
– Parceria para a eliminação de doenças socialmente determinadas e doenças tropicais negligenciadas.
– Aprimoramento do sistema monetário e financeiro internacional.
– Combate às mudanças climáticas.
– Regulação da inteligência artificial e a análise de seus desafios éticos, sociais e econômicos.
– Aumento da institucionalidade do Brics para garantir decisões mais eficazes.

Além disso, foi mencionada a relevância da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro em Belém, e a continuidade dos debates do G20, previstos para acontecer na África do Sul neste ano.

A presidência brasileira no Brics promete ser dinâmica e focada na colaboração entre países em desenvolvimento, visando fortalecer a influência do Sul Global na governança internacional, com a expectativa de uma cúpula significativa de chefes de Estado e de governo no Rio de Janeiro.

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