O total de pessoas deslocadas pela violência na região de Catatumbo, no nordeste da Colômbia, aumentou para 32 mil até terça-feira (21), conforme informou a Defensora do Povo, Iris Marín. A maior parte dos deslocados é da localidade de Cúcuta, com 15 mil pessoas, seguida por Ocaña, com 11 mil, e Tibú, que possui 5.300. Marín apresentou essa atualização em um vídeo enviado à imprensa, abordando a situação na área afetada pelos confrontos da guerrilha do Exército de Libertação Nacional (ELN) com outros grupos armados. As autoridades colombianas estimaram que até domingo (19), ao menos 80 pessoas perderam a vida em decorrência dos conflitos.
A violência persistente em Catatumbo levou o presidente Gustavo Petro a interromper o processo de paz com o ELN, classificando as ações do grupo como criminosas. Na segunda-feira (20), Petro declarou estado de agitação interna. Em resposta a essa declaração, o ELN afirmou ser alvo de ataques por parte de outros grupos armados e de operações de inteligência militar. No mesmo contexto, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, expressou sua “profunda preocupação” em relação à situação em Catatumbo e pediu a interrupção imediata de todos os ataques contra civis.
Marín não forneceu atualizações sobre o número de mortos em seu relatório de terça-feira (20), mas mencionou que entre as vítimas estão cinco signatários do acordo de paz, e que 35 corpos foram entregues ao Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses. Antes, o representante do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Colômbia, Juan Carlos Monge, havia emitido um alerta no X sobre os assassinatos, desaparecimentos e deslocamentos forçados que estão ocorrendo em Catatumbo, solicitando que todos os grupos envolvidos respeitem o direito internacional humanitário.
