29 abril 2025
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Desmatamento Coloca em Risco Mais de 100 Sítios Naturais!Desmatamento Coloca em Risco Mais de 100 Sítios Naturais!

Um estudo recente do MapBiomas revelou que 122 sítios arqueológicos no Brasil estão situados em áreas que sofreram desmatamento entre 2019 e 2024. A pesquisa, que integrou dados de preservação ambiental e registros de patrimônio histórico, evidencia a vulnerabilidade do acervo arqueológico nacional ao avanço do desmatamento em diversos biomas.

Os sítios arqueológicos afetados estão distribuídos primordialmente entre a Caatinga, com 29 locais, a Mata Atlântica, com 31, e a Amazônia, com 17. O estudo demonstra que o patrimônio histórico e cultural do Brasil enfrenta uma ameaça direta da degradação ambiental, o que pode resultar em impactos irreversíveis para a preservação da memória nacional.

O coordenador técnico do MapBiomas destacou que o cruzamento de dados é fundamental para evitar que a recente ocupação humana cause danos ou destrua a história presente nesses locais. Os resultados já apontam padrões preocupantes sobre as causas do desmatamento.

A análise revela que aproximadamente dois terços dos sítios arqueológicos afetados, totalizando 79, estão localizados em áreas que foram desmatadas para a expansão da fronteira agrícola. Além disso, foi identificado um fenômeno regional significativo, onde no Rio Grande do Norte, 13 dos 19 sítios arqueológicos estão sob alerta de desmatamento devido a projetos de energias sustentáveis, como usinas solares ou eólicas.

Os pesquisadores notaram que, paradoxalmente, iniciativas consideradas ambientalmente sustentáveis, como a geração de energia renovável, podem ameaçar o patrimônio arqueológico quando não implementadas com planejamento e fiscalização adequados.

Uma pesquisadora vinculada ao estudo enfatizou a urgência de ações concretas. O crescimento das atividades humanas nas proximidades dos sítios arqueológicos aumenta a necessidade de políticas de conservação e gestão do patrimônio, especialmente diante das crescentes pressões sobre os biomas.

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), responsável pela proteção dos sítios arqueológicos, expressou sua preocupação em relação aos resultados do estudo. O órgão informou que está intensificando as ações de fiscalização nas áreas críticas e que está atualizando o Sistema Nacional de Patrimônio Arqueológico para incluir alertas sobre desmatamento.

Especialistas destacam que cada sítio danificado representa uma perda irreparável de conhecimento sobre a ocupação humana no Brasil, com alguns vestígios datando de milhares de anos. Itens, pinturas rupestres e outras evidências que poderiam contribuir para a compreensão de civilizações pré-colombianas estão sendo perdidos sem um estudo adequado.

Além disso, o estudo do MapBiomas sugere que a situação pode ser ainda mais severa, considerando que muitos sítios arqueológicos no Brasil não foram oficialmente catalogados. Estimativas indicam que menos de 30% do potencial arqueológico nacional está devidamente identificado.

A pesquisa recomenda a criação de “zonas de amortecimento” ao redor dos sítios arqueológicos com restrições rigorosas contra o desmatamento. Propõe, ainda, a intensificação de parcerias entre órgãos ambientais e culturais para alinhar esforços de conservação.

A preservação desses sítios é considerada uma questão que abrange tanto a cultura quanto o meio ambiente, uma vez que áreas de relevância arqueológica frequentemente coincidem com ecossistemas sensíveis e de rica biodiversidade.

O relatório gerado será enviado aos ministérios do Meio Ambiente e da Cultura, recomendando a inclusão dos sítios arqueológicos nos sistemas de monitoramento ambiental já existentes.

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