31 março 2025
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Desvende a Controvérsia entre Inteligência Artificial e o Estúdio Ghibli

Poucos dias após a OpenAI lançar a versão mais avançada de seu gerador de imagens de inteligência artificial, uma tendência nas redes sociais imitando o estilo do Studio Ghibli demonstrou tanto o potencial da tecnologia quanto as preocupações relacionadas a direitos autorais que ela suscita. A atualização mais recente do GPT-4, lançada em 24 de outubro, apresenta avanços significativos, como uma renderização de texto mais precisa e a capacidade de seguir instruções mais detalhadas. De acordo com uma nota divulgada pela OpenAI, o modelo foi treinado em uma ampla variedade de estilos visuais, permitindo a geração de imagens estáticas e vídeos reminiscentes de animações populares.

Uma imitação específica rapidamente se espalhou no X e no Instagram, à medida que usuários do ChatGPT começaram a reproduzir obras do famoso estúdio japonês responsável por filmes como “A Viagem de Chihiro” e “O Castelo Animado”. Formatos criativos surgiram, incluindo um trailer reimaginado de “O Senhor dos Anéis: A Sociedade do Anel,” diversas reinterpretações de cenas icônicas de “Família Soprano,” e dramatizações contemporâneas de interações entre Donald Trump, JD Vance e o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.

Algumas das postagens mais populares trouxeram uma estética Ghibli a memes virais, como o “namorado distraído” e o “mano explicando,” além da famosa imagem de Ben Affleck fumando. Uma postagem particularmente notável mostrava Elon Musk brincando com talheres, inspirada em um evento recente onde o bilionário equilibrava colheres durante um jantar oferecido por Trump.

Entretanto, um vídeo de 2016 do cofundador do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, circulou amplamente, no qual ele critica a arte gerada por IA, considerando-a um “insulto à própria vida.” Miyazaki, conhecido por seu estilo de animação tradicional e meticuloso, expressa seu desagrado, afirmando que, embora se possa criar obras assustadoras com a tecnologia, ele nunca desejaria incorporá-la ao seu trabalho.

A nova versão do gerador de imagens da OpenAI também desencadeou discussões sobre a interseção entre IA e arte. Recentemente, quase 4 mil pessoas assinaram uma carta aberta solicitando à casa de leilões Christie’s que cancelasse uma venda dedicada exclusivamente à arte de IA, com preocupações em relação ao fato de que alguns programas que criam obras digitais podem ser treinados com material protegido por direitos autorais, e assim, explorar o trabalho de artistas humanos.

O CEO da OpenAI, Sam Altman, fez uma observação irônica sobre a tendência no X, mencionando que, após anos dedicados a desenvolver inteligência superior para tratar doenças como câncer, foi a criação de imagens no estilo Ghibli que gerou grande interesse viral. Ele comentou sobre a experiência de acordar com inúmeras mensagens sobre suas imagens alteradas por usuários.

Assim como ocorre frequentemente com a arte gerada por IA, as imagens geradas suscitam diversas questões relacionadas a direitos autorais, tanto sobre as obras do Studio Ghibli quanto sobre os novos conteúdos criados a partir dessas inspirações. Quando solicitado pela CNN para reproduzir alguns memes no estilo Ghibli, o ChatGPT se negou, afirmando que o pedido não estava em conformidade com a política de conteúdo da plataforma.

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