30 março 2025
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Detectada a Primeira Luz do Universo!

A galáxia JADES-GS-z13-1, observada pelo telescópio espacial James Webb, representa uma das mais antigas já identificadas, com um redshift de 13, datada de apenas 330 milhões de anos após o Big Bang. Recentemente, um grupo de cientistas de diversos países, liderado pela Universidade de Cambridge, detectou pela primeira vez um sinal de luz proveniente dessa galáxia, que existiu em uma época em que o universo era jovem e escuro. A descoberta, divulgada em um artigo na revista Nature, evidencia que a JADES-GS-z13-1-LA já emanava radiação intensa, capaz de atravessar o gás denso e opaco que preenchia o cosmos logo após a explosão inicial.

O sinal detectado corresponde à emissão Lyman-alfa, gerada por átomos de hidrogênio. Em épocas tão primordiais, a luz desse tipo normalmente não consegue se propagar, uma vez que o espaço ainda estava na sua maioria composto por hidrogênio neutro, que absorvia essa radiação. No entanto, a JADES-GS-z13-1 conseguiu criar uma bolha ao seu redor, uma área onde o gás foi transformado em plasma devido à ação da luz, permitindo que o brilho escapasse e percorresse o universo por mais de 13 bilhões de anos até ser captado.

A descoberta dessa galáxia fornece importantes insights sobre as primeiras estrelas do universo. Ela sugere que o processo de reionização cósmica — que transformou o universo de opaco em transparente — pode ter começado antes do que se supunha. Após o Big Bang, o universo experimentou um longo período de escuridão. A reionização ocorreu quando a luz das primeiras estrelas e galáxias começou a interagir com o gás circundante, ionizando os átomos e permitindo que a radiação circulasse livremente pelo espaço. Surpreendentemente, essa transição pode ter sido impulsionada por galáxias pequenas e discretas, como a JADES-GS-z13-1-LA, ao invés de ser iniciada por grandes sistemas.

A intensa radiação emitida pela galáxia sugere a existência de estrelas extremamente quentes ou até mesmo de um buraco negro em formação. Além disso, os cientistas consideram a possibilidade de que a galáxia abrigue estrelas da População III, as primeiras do universo, que são compostas apenas pelos elementos mais leves e ainda não foram observadas diretamente.

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