O Dia do Consumidor, que será observado no próximo sábado (15), leva muitos brasileiros a aproveitarem as compras, enquanto os estabelecimentos vêm à tona com promoções para incrementar as vendas. Além da busca por preços reduzidos, os consumidores devem estar atentos aos riscos de fraudes e outros perigos durante essa época de compras. Para ajudar a população, foi elaborado um guia prático que apresenta os produtos com as maiores quedas nos preços e orientações para uma experiência de compra mais segura.
Os dados mostram que as vendas no varejo no Brasil tiveram uma leve queda de 0,1% em janeiro, conforme divulgado pelo IBGE. Ao mesmo tempo, as tentativas de fraudes bancárias registraram um aumento de 10,4% em 2024, de acordo com a Serasa. Um fenômeno notável é o crescimento do empreendedorismo feminino, que vem sendo impulsionado pela busca por flexibilidade.
Entre os produtos com maior demanda e os maiores descontos, itens para casa e lazer foram destacados. Um levantamento identificou que as bicicletas, por exemplo, apresentaram um aumento de 119% nas buscas online. Além disso, produtos como fritadeiras elétricas, ar-condicionados, geladeiras, máquinas de lavar e celulares estão entre os preferidos dos consumidores. Os eletrodomésticos, em particular, mostraram reduções significativas nos preços, com um destaque para os ar-condicionados que tiveram uma diminuição de 35%. Outros itens como fogões, lavadoras de roupa e geladeiras também apresentaram descontos relevantes de 19%, 11% e 10%, respectivamente. Na categoria de eletroeletrônicos, os tablets tiveram uma redução de 55% em seu valor.
Apesar das oportunidades de compra, é fundamental que os consumidores adotem medidas de cautela. Especialistas em Direito do Consumidor indicam algumas orientações para ajudar a evitar fraudes e compras insatisfatórias. É recomendável verificar se o site possui um endereço que comece com “https://” e se há um ícone de cadeado de segurança visível. Links recebidos por mensagens de WhatsApp, SMS ou redes sociais devem ser evitados, pois muitos deles podem estar associados a promoções fraudulentas. O acesso deve ser feito diretamente através do site oficial da loja.
Os consumidores também devem ser críticos quanto a preços anormalmente baixos. Se um produto, normalmente avaliado em R$ 2.000, for encontrado por R$ 500, há uma alta probabilidade de se tratar de um golpe. Optar pelo pagamento com cartão de crédito é uma alternativa mais segura, caso surjam complicações. Além disso, confirmar a reputação da loja em plataformas como Procon e Reclame Aqui é essencial, assim como verificar a existência de um CNPJ, endereço físico e canais de atendimento válidos da empresa.
Para evitar a armadilha dos descontos falsos, os consumidores devem observar com atenção as ofertas. Um golpe comum é inflacionar os preços antes de apresentar um desconto ilusório. É recomendável monitorar os preços com antecedência por meio de plataformas como Buscapé e Google Shopping para acompanhar seu histórico. Questionar se o valor está realmente abaixo do habitual é uma prática prudente, assim como desconfiar de “ofertas relâmpago” que exigem decisões rápidas, pois essas podem inibir uma pesquisa mais aprofundada.
Em caso de lesão a direitos do consumidor, existem ferramentas jurídicas que podem ser acionadas. Um direito importante é o de arrependimento em compras online, que permite a devolução em até 7 dias após o recebimento sem a necessidade de justificativa. Contatar o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa é um passo essencial para resolver eventuais problemas diretamente com o fornecedor. Reclamações também podem ser feitas em plataformas públicas como Reclame Aqui e Procon para maior visibilidade.
Além disso, recomenda-se comparar preços em diferentes lojas antes de finalizar a compra e manter todos os registros relacionados, como prints de anúncios, e-mails de confirmação e comprovantes de pagamento. É vital ler as políticas de troca e devolução previamente à conclusão da compra e evitar transações em redes wi-fi públicas, que podem não ser seguras. O cuidado com falsas representações é fundamental, pois golpistas podem se apresentar como suporte técnico para roubar dados dos consumidores.