A Doença de Parkinson, uma condição neurológica progressiva, apresenta desafios significativos no que diz respeito ao diagnóstico correto. Em uma entrevista sobre o tema, um especialista da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) destacou pontos fundamentais sobre o processo de diagnóstico. Embora haja exames que podem auxiliar, foi enfatizado que o diagnóstico de Parkinson é, predominantemente, clínico. O especialista esclareceu que não existe um exame exclusivo para diagnosticar a doença, e os testes utilizados servem, principalmente, para confirmar perdas na atividade dopaminérgica.
No contexto dos exames auxiliares, foi mencionada a ressonância magnética de 3 teslas, que pode identificar alterações na substância negra do cérebro. Contudo, essa ferramenta deve ser vista como um complemento, e não como uma alternativa à avaliação clínica detalhada.
Os sintomas da doença e os desafios associados ao diagnóstico foram abordados na mesma discussão. O tremor é frequentemente o primeiro sinal que gera suspeitas de Parkinson; no entanto, cerca de 20% dos indivíduos afetados podem não apresentar tremores ao longo do desenvolvimento da condição. Nesses casos, classificados como “síndrome rígido acinética”, o processo de diagnóstico pode ser mais demorado e complicado, pois frequentemente é confundido com outras condições, como problemas ortopédicos que causam dor nas articulações.
Essa diversidade nos sintomas ressalta a necessidade de uma avaliação médica cuidadosa e abrangente para garantir um diagnóstico preciso da Doença de Parkinson.
