O tenente-coronel Mauro Cid prestará novos esclarecimentos à Polícia Federal na próxima terça-feira, dia 19. Um dos aspectos mais significativos de seu depoimento no contexto da investigação sobre a violência ao estado de direito e tentativas de golpe refere-se ao recebimento de dinheiro no Palácio da Alvorada em 2022.
O valor recebido por Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi entregue pelo general Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice na chapa derrotada por Luiz Inácio Lula da Silva, e foi utilizado para financiar ações de cunho golpista.
No depoimento, Mauro Cid revelou que transferiu a quantia a Rafael Martins de Oliveira, também tenente-coronel e um dos líderes do grupo radical conhecido como “kids pretos”, que buscava persuadir o Alto Comando do Exército a obstruir a posse de Lula como presidente. Cid afirmou: “O general Braga Netto me entregou o dinheiro, eu tenho quase certeza que foi no Alvorada. Até me lembro que eu botei na minha mesa ali na biblioteca do Alvorada e depois o Rafael Martins de Oliveira veio buscar o dinheiro comigo lá mesmo no Alvorada”.
De acordo com as acusações, o dinheiro foi entregue em uma embalagem que se assemelhava a um presente de vinho, e foi recebido por Mauro Cid sem qualquer tipo de checagem. O ex-ajudante de ordens declarou não saber o valor total do montante, mencionando que a caixa estava fechada.