Friedrich Merz, líder do partido de centro-direita União Democrata Cristã (CDU), foi declarado vencedor nas eleições alemãs realizadas em 23 de fevereiro de 2025. A vitória das eleições posiciona Merz como um potencial chanceler da Alemanha, a maior economia da Europa. Após as divulgações das pesquisas de boca de urna, que indicaram o CDU em primeiro lugar entre os partidos que comporão a próxima legislatura do parlamento alemão, Merz fez um discurso de vitória em Berlim, onde expressou entusiasmo pelo resultado e a importância de formar rapidamente um novo governo. Ele destacou a urgência em avançar com a governança, especialmente em um contexto de mudanças nas relações internacionais, incluindo a dinâmica entre os Estados Unidos e a Rússia, e a necessidade de fortalecer a independência europeia em relação aos EUA.
Merz sublinhou que a formação do novo governo na Alemanha deve ocorrer rapidamente, pois “o mundo lá fora não está esperando por longas negociações”. Em um posicionamento assertivo, ele mencionou a crescente aproximação entre os EUA e a Rússia, que ocorre à revelia das discussões sobre a Ucrânia e da posição europeia. O líder do CDU também ressaltou a pressão que recai sobre a Alemanha e os seus aliados, que se questionam sobre o tempo necessário para completar a formação da coalizão. Ele expressou expectativas de que as negociações com outros partidos possam ser concluídas antes da Páscoa, em um período inferior a um mês.
A CDU rejeita a possibilidade de uma aliança com o Alternativa Para a Alemanha (AfD), considerado de extrema-direita, o que deixa Merz com duas opções para a formação do governo: os social-democratas, liderados pelo atual chanceler Olaf Scholz, e os Verdes. A distribuição de assentos no parlamento entre os partidos será crucial, uma vez que o CDU pode precisar se unir a um terceiro partido para garantir a maioria. O desempenho dos social-democratas nas eleições foi o pior em mais de um século, não garantindo posição entre os dois primeiros, uma situação inédita desde 1887, evidenciando a fragmentação política no país. Uma coalizão que englobar os social-democratas e a CDU parece provável, mas após os resultados, Scholz declarou que não se vê como uma opção para representar o SPD em um governo liderado pela CDU.