Hamdan Ballal, cineasta palestino e co-diretor do documentário premiado com o Oscar “No Other Land”, foi agredido em uma base militar após uma suposta violência por colonos israelenses, conforme informado por Yuval Abraham, também co-diretor do filme e jornalista de Israel. Durante o tempo em que esteve na base militar, Ballal teria sido mantido algemado e vendado. Os detalhes foram transmitidos por Leah Tsemel, advogada de Ballal, que conseguiu entrar em contato com ele.
De acordo com Abraham, o cineasta foi agredido por colonos israelenses na Cisjordânia ocupada e posteriormente levado por soldados israelenses na segunda-feira, 24 de março. O jornalista não presenciou a ação diretamente, mas relatou os acontecimentos em uma publicação nas redes sociais. Nesta terça-feira, 25 de março, foi informado que Ballal havia sido liberado e estava retornando para casa para se reencontrar com sua família. Na mesma ocasião, cinco ativistas americanos do Centro para a Não-Violência Judaica, presentes na região, relataram que também foram atacados por colonos.
O advogado de Ballal, Leah Tsemel, mencionou que, após a agressão, o cineasta passou a noite algemado e vendado em uma base militar, onde foi agredido por soldados. Apesar de sua liberdade, ele ainda estava sob custódia na delegacia de Kiryat Arba.
Hamdan Ballal, que também é fazendeiro palestino, já havia sido alvo de intimidações e ameaças de colonos israelenses no passado. Ele relatou, em entrevista à CNN, que colonos frequentemente colocavam animais em suas terras enquanto ele dormia, além de afirmarem que pretendiam tomar suas propriedades. A situação se agravou após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, e Ballal documentou interações com colonos, incluindo ameaças de violência que recebeu. Ele tentou buscar ajuda da polícia, mas sem sucesso.
Recentemente, Ballal e sua equipe receberam o Oscar de Melhor Documentário. O filme “No Other Land” narra a expulsão de palestinos de suas casas na Cisjordânia ocupada. A obra retrata a demolição contínua de villas em Masafer Yatta, na região de Hebron, onde Adra, um dos protagonistas, vive com sua família. O documentário evidencia as tentativas do governo israelense de desalojar os residentes, mostrando cenas impactantes como a destruição de um parquinho comunitário e o assassinato do irmão de Adra por soldados israelenses, além de outros ataques perpetrados por colonos, enquanto a comunidade luta pela sobrevivência. O filme também explora a conexão humana entre os personagens Adra e Abraham.