Parlamentares do PSD manifestaram opiniões divergentes sobre o projeto de lei destinado a anistiar os participantes dos eventos ocorridos em 8 de janeiro de 2023, em que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro invadiram e destruíram os prédios dos Três Poderes em Brasília. Essas declarações surgiram após o ex-presidente afirmar, durante uma aparição no Rio de Janeiro, que contava com o apoio de Gilberto Kassab, presidente do PSD, para a aprovação da proposta no Congresso Nacional.
Em reunião recente, a bancada do PSD discutiu o assunto, mas não chegou a um consenso sobre o apoio ao projeto de lei. Lideranças políticas comentaram que, apesar das declarações de Bolsonaro e seu grupo, o tema tem gerado controvérsias nos bastidores do Congresso, sendo considerado delicado por várias lideranças. Além disso, foi destacado que até o momento não houve indicações do presidente da Câmara, Hugo Motta, sobre a urgência da proposta.
O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) destacou a diversidade de opiniões dentro do partido, reconhecendo que as decisões de Kassab são fundamentais para a postura da bancada. Segundo o parlamentar, encontrar consensos é desafiador, especialmente considerando que alguns membros do PSD no Nordeste apoiam diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele ressaltou que, independentemente das opiniões sobre a anistia, a orientação de Kassab é crucial.
O deputado Charles Fernandes (PSD-BA) expressou sua oposição ao projeto de anistia, afirmando sua crença de que Kassab e o líder do partido na Câmara, Antonio Brito (PSD-BA), não irão exigir uma posição favorável da bancada. Fernandes enfatizou o respeito mútuo entre Kassab e os parlamentares, apontando que o presidente do partido historicamente permite que os deputados decidam suas posições individualmente.
No Senado, o parlamentar Otto Alencar (PSD-BA) reafirmou suas críticas à possibilidade de anistia, destacando a importância do respeito às opiniões divergentes dentro da legenda. Alencar manifestou sua firme oposição à anistia para aqueles que tentaram desacatar a democracia, enfatizando que essa é uma posição pessoal que defenderá no caso de a proposta ser discutida no Senado.