Eli Iwasa é reconhecida como uma das principais figuras da cena eletrônica no Brasil. Como DJ, produtora e empresária, ela analisa as mudanças e o crescimento da música eletrônica no país, além do aumento da presença feminina nesse setor. Com uma carreira diversificada, Iwasa se estabeleceu no cenário, enquanto gerencia espaços culturais significativos em Campinas e comanda seu selo, Heels of Love.
A artista se apresenta em grandes festivais e é responsável por curadorias de experiências imersivas, conquistando um público fiel e engajado. Isso se reflete na programação de Carnaval, que inclui shows lotados em várias cidades brasileiras e um crescente interesse pelo gênero eletrônico. A transformação do gosto musical dos brasileiros levanta uma questão: será que a música eletrônica está substituindo o samba na celebração do Carnaval?
Para Eli, essa mudança é natural. Ela observa que isso acontece em sintonia com o desenvolvimento da cena eletrônica no Brasil, que está vivendo um momento positivo. “A música eletrônica tornou-se um elemento essencial na maior festividade do país. As festas eletrônicas não apenas enriquecem o Carnaval, mas também impulsionam o mercado cultural,” comenta.
O público brasileiro tem avançado junto com a evolução da cena eletrônica, ultrapassando os eventos e se firmando na produção musical e na construção de uma identidade própria. Ela afirma que a música eletrônica no Brasil está passando por um período de expansão, destacando o acesso às informações sobre lançamentos e festivais, o que exige uma entrega profissional de alta qualidade aos artistas.
Embora tenha havido avanço, o cenário eletrônico ainda lida com questões de gênero. Eli recorda que, durante os mais de 20 anos de sua carreira, o ambiente era bastante distinto. “Espero que um dia essa desigualdade não seja mais uma realidade, mas ela ainda persiste e o mercado é predominantemente masculino, com desafios obscuros de misoginia. Olhando para os últimos cinco anos, observamos uma maior presença de mulheres como protagonistas, e isso não tem volta,” enfatiza.
A vitalidade da música eletrônica no Brasil é demonstrada pela capacidade do país de integrar estilos variados, desde o underground até o mainstream, criando experiências que atraem a atenção internacional. A diversidade local é vista por Eli como o que torna o Brasil um local atraente para artistas e produtores globais. “Conseguimos consolidar ambas as cenas, com eventos de alta qualidade que estabelecem o Brasil como um dos destinos mais desejados no mercado internacional,” explica.
A experiência de tocar em festivais ao redor do mundo reforçou a percepção de Eli sobre a singularidade do público brasileiro. Ela descreve a energia e alegria dos brasileiros como incomparáveis, valorizando o que o país oferece ao mundo da música. “A cada viagem, mais me apego a tudo que temos aqui. É incrível ser parte do momento atual, testemunhando a evolução da nossa cena e a energia que o público proporciona,” afirma.
Eli oferece uma mensagem importante para aqueles que aspiram a uma carreira na música eletrônica: “É fundamental descobrir o que te motiva, quais são seus valores e permanecer fiel ao que acredita.” Sua trajetória, que combina inovação e uma conexão autêntica com o público, evidencia que a música eletrônica já ganhou seu espaço no Carnaval brasileiro, transformando-o em um evento onde batidas eletrônicas contagiam as multidões.