Em um dia caracterizado por baixa liquidez devido ao feriado do “Memorial Day” nos Estados Unidos, as bolsas de valores nesse país permaneceram fechadas. No Brasil, o dólar teve uma valorização de 0,52%, sendo cotado a 5,66 reais, enquanto o Ibovespa apresentou um leve avanço de 0,23%, fechando a 138.136 pontos.
No contexto nacional, a decisão recente do governo de aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) gerou discussões entre os investidores. No final da semana anterior, os ministérios do Planejamento e da Fazenda comunicaram que diversas transações, incluindo operações cambiais e no exterior, teriam um aumento na carga de IOF. Essa mudança foi parte de uma estratégia para aumentar a arrecadação do Estado.
Contudo, o ministro Fernando Haddad reviu essa decisão horas após o anúncio, evocando comparações com a postura do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em relação ao aumento de tarifas comerciais. Em uma declaração oficial, Haddad justificou que a revisão foi uma tentativa de evitar especulações relacionadas a objetivos que não condizem com as diretrizes do governo.
Neste cenário conturbado, os investidores estão adotando uma postura cautelosa, reduzindo a exposição a ações brasileiras e aumentando a busca por dólar, enquanto aguardam novas informações sobre possíveis cortes de gastos em vez de elevações tributárias. Observa-se, por exemplo, o congelamento do Orçamento de 2025 por meio de medidas de contingenciamento.
Em relação ao panorama econômico, o Banco Central divulgou o Boletim Focus, que trouxe uma revisão nas projeções de crescimento da economia brasileira. A expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2025 foi elevada para 2,14%, superando a estimativa anterior de 2,02%. Em contrapartida, a projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), permanece em 5,5% para este ano, assim como a taxa Selic, esperada em 14,75% até o final de 2023.
No cenário internacional, Donald Trump também decidiu recuar em relação à imposição de tarifas sobre produtos da União Europeia. Na última sexta-feira, ele havia anunciado uma taxa de 50% para esses produtos, prevista para iniciar em 1º de junho. Contudo, após uma conversa com Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, foi estabelecida uma trégua até 8 de julho.
Para o restante da semana, os mercados aguardam a divulgação de indicadores econômicos. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irá publicar o IPCA-15, e também estão programadas a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua na quinta-feira e os dados do PIB do primeiro trimestre na sexta-feira.