A moeda norte-americana, que atingiu um pico de R$ 5,60 pela manhã de sexta-feira (13), perdeu força ao longo do dia e encerrou com uma cotação de R$ 5,5417, mostrando uma estabilidade em contraste com as variações internacionais. A alta inicial do dólar foi influenciada pela aversão ao risco condicionada pelo conflito no Oriente Médio, especialmente após o ataque de Israel ao Irã, que contribuiu para uma rápida elevação nos preços do petróleo, superando 7%. Isso, por sua vez, suscitou preocupações quanto a um possível impacto inflacionário global.
Durante o dia, o real demonstrou resiliência em dois momentos distintos. No primeiro, houve ajustes técnicos e realização de lucros, especialmente com a valorização adicional do petróleo, que resultou em um influxo de capital para o Brasil. Em um segundo momento, a moeda brasileira chegou a registrar uma cotação mínima de R$ 5,5309. A recuperação mais notável do real à tarde foi atribuída a especulações sobre o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, como candidato à presidência em 2026, com Michelle Bolsonaro como vice.
Operadores e analistas observam uma crescente atenção dos investidores em relação às eleições de 2026, percebendo uma redução na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Existe uma expectativa de que um candidato com posicionamento mais à direita possa promover um ajuste estrutural nas finanças públicas, beneficiando, assim, os ativos domésticos. A reação negativa de setores do Congresso e do mercado financeiro em relação à Medida Provisória do governo e ao decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) reforça a percepção de uma deterioração no capital político de Lula.
Apesar de um ambiente global desfavorável, o índice Ibovespa, que representa a Bolsa brasileira, demonstrou certa resiliência ao fechar em leve queda de 0,43%, registrando 137.212,63 pontos. O desempenho da Petrobras, impulsionado pela alta dos preços do petróleo, ajudou a mitigar perdas em outros setores. No cenário internacional, índices como Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq apresentaram quedas mais pronunciadas.
A elevação da taxa Selic, atualmente em 14,75%, torna insustentável a manutenção de posições compradas em dólar, levando a atenção do mercado a se voltar novamente para a situação fiscal internamente e para a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros na próxima semana, com a possibilidade de um aumento para 15% ao ano sendo considerada.
