A divisa americana encerra a semana e os cinco pregões iniciais de junho com uma desvalorização de 2,62%. O Ibovespa, por sua vez, apresenta uma queda de 0,67% durante o mesmo período.
Na jornada de sexta-feira, a moeda norte-americana finalizou sua negociação em leve recuo, cotada a R$ 5,56. Esse movimento contrasta com a tendência global de fortalecimento do dólar, que começou pela manhã, influenciada por dados do mercado de trabalho nos Estados Unidos que reduzem as expectativas de um corte de juros mais acentuado pelo Federal Reserve ao longo deste ano.
No cenário local, o real se destacou como uma das raras moedas emergentes a apresentar valorização, impulsionado, possivelmente, pelo otimismo relacionado ao pacote fiscal que está em análise pelo governo. Além disso, pode ter havido um ajuste e realização de lucros, considerando que a provável elevação da taxa Selic neste mês dificulta a manutenção de posições compradas em dólar.
O mercado de câmbio também foi beneficiado pela alta nos preços do petróleo e pelo aumento do apetite ao risco, especialmente após o anúncio de um encontro entre representantes comerciais dos EUA e da China. O presidente americano, Donald Trump, e o líder chinês, Xi Jinping, discutiram por telefone na quinta-feira, o que reforçou esse otimismo.
O dólar à vista teve uma mínima de R$ 5,5603 e finalizou o dia com queda de 0,26%, estabelecendo um fechamento a R$ 5,5698, o menor desde 8 de outubro do ano anterior. A moeda americana acumula, até o momento, desvalorização de 9,88% frente ao real em 2023.
Em relação ao mercado internacional, o índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a uma cesta de seis moedas, subiu cerca de 0,40% no final da tarde, atingindo 99,200 pontos. Apesar disso, o Dollar Index apresenta uma leve queda de 0,25% na semana, e uma desvalorização superior a 8% no ano.
Quanto ao Ibovespa, o índice fechou a primeira semana de junho com uma perda acumulada de 0,67%, permanecendo no campo negativo nas últimas três sessões e atingindo seu menor nível de encerramento desde 7 de maio. Na sessão de sexta-feira, houve um recuo de apenas 0,10%, estabelecendo-se em 136.102,10 pontos.
Essa má fase é marcada pela terceira semana consecutiva de baixa, cumprindo um período de correção após atingir recordes históricos em 20 de maio. A trajetória atual ocorre após uma série de seis semanas de alta, iniciada em 7 de abril. Apesar das recentes quedas, o Ibovespa ainda apresenta um ganho sólido de 13,15% no acumulado do ano.
Durante a sessão, o índice flutuou entre 135.600,86 e 136.889,88 pontos, com um volume de R$ 24,4 bilhões. No lado positivo, as ações da Prio, JBS e Brava apresentaram altas significativas, enquanto Magazine Luiza, Vamos e Lojas Renner figuraram entre as maiores perdas do dia.
Entre as ações de destaque, Petrobras avançou 1,19% nas ON e 0,92% nas PN, enquanto a Vale figurou próximo à estabilidade, com leve alta de 0,13%. Os principais bancos do índice apresentaram perdas variando entre 0,06% (Bradesco PN) e 2,38% (Banco do Brasil ON), exceto Itaú PN, que encerrou o dia em alta de 0,25%, ajudando a moderar o ajuste negativo do Ibovespa.
Os contratos futuros de petróleo fecharam em alta, refletindo otimismo renovado nas negociações comerciais entre EUA e China, enquanto não houve progressos em questões geopolíticas, como o cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia ou acordos sobre o programa nuclear do Irã. Em Nova York, o WTI para julho subiu 1,91%, atingindo US$ 64,58 por barril, e o Brent para agosto avançou 1,73%, fechando a US$ 66,47 por barril. Na semana, o WTI registrou alta de 6,23% e o Brent, de 6,15%.