segunda-feira, fevereiro 3, 2025
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DÓLAR REGISTRA QUEDA POR 11 SESSÕES SEGUIDAS, A MAIOR DESVALORIZAÇÃO EM DUAS DÉCADAS

No início do dia, havia uma atmosfera de tensão no mercado financeiro. Após um período de duas semanas sem ações concretas relacionadas a suas promessas de campanha, o presidente dos Estados Unidos adotou uma postura agressiva em relação ao comércio exterior. Durante o fim de semana, Donald Trump anunciou tarifas protecionistas, ameaçando o México, a China e o Canadá.

Na data de 1º de janeiro, o presidente americano impôs tarifas de importação de 25% sobre produtos provenientes do Canadá (exceto petróleo) e do México, além de um acréscimo de 10% sobre as importações da China. Essas medidas levantaram preocupações sobre a possibilidade de uma nova guerra comercial.

As consequências econômicas dessa decisão são amplas, especialmente considerando as ameaças de retaliação por parte dos países afetados. Há previsões sobre uma possível reconfiguração do comércio global, aumento da inflação nos Estados Unidos e a possibilidade de que o Federal Reserve retome o aumento das taxas de juros para mitigar os efeitos das novas tarifas. Como reflexo, houve cautela significativa nas bolsas de valores e uma valorização do dólar.

No Brasil, a cotação do dólar à vista experimentou uma alta de 1,20%, com o valor atingindo R$ 5,90, embora tenha terminado o dia em queda. Essa reversão se deu após um acordo preliminar entre Donald Trump e a presidente do México, Claudia Sheinbaum, para adiar temporariamente as tarifas planejadas.

Após a conversa telefônica com Sheinbaum, Trump fez uma postagem em suas redes sociais, indicando sua intenção de participar pessoalmente das negociações. A decisão de suspender as tarifas foi bem recebida pelos investidores, resultando em uma queda acentuada do dólar frente ao real e a outras moedas emergentes, incluindo o peso mexicano.

A recuperação nos mercados financeiros fez com que o dólar registrasse uma sequência de quedas frente ao real, marcando o maior número de recuos consecutivos em 20 anos. No acumulado de 2025, o valor da moeda americana caiu 5,88%. Com a 11ª queda seguida, esta sequência é comparável ao período de 24 de março a 13 de abril de 2005, quando o dólar caiu 14 vezes consecutivas.

Em contrapartida, o Índice Bovespa (Ibovespa) caiu 0,13%, situando-se aos 125.970 pontos. O diretor da Correparti Corretora, Jefferson Rugik, observou que o mercado está repleto de emoções relacionadas às ações de Trump, tanto positivas quanto negativas. Ele indicou que a cotação do dólar a R$ 6,00 parecia inflacionada, sugerindo um ajuste natural em busca de uma taxa de equilíbrio.

Especialistas consultados pela Reuters nas semanas anteriores destacaram que a contínua queda do dólar reflete um movimento de ajuste diante das cotações consideradas excessivas no final de 2025, especialmente em meio a incertezas em relação à política fiscal do governo brasileiro. Além disso, a percepção de que a política tarifária de Trump pode ser menos agressiva do que se pensava inicialmente durante a campanha contribuiu para um alívio nas cotações, tanto no mercado externo quanto no doméstico.

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