Na última semana, a moeda americana registrou uma valorização de 0,77% em relação ao real, embora ainda acumule uma queda de 2,61% em março. O dólar apresentou um início de dia em alta, superando a marca de R$ 5,80 logo nas primeiras horas de negociação, chegando a uma máxima de R$ 5,8246. No entanto, a moeda arrefeceu e atingiu a mínima de R$ 5,7648 ainda pela manhã. Durante a tarde, o dólar oscilou em torno dos R$ 5,78, fechando a sessão a R$ 5,7860, o que representa uma queda de 0,13% em relação ao dia anterior e uma desvalorização acumulada de 0,87% em fevereiro e 6,38% em 2025.
Na sexta-feira (28), após uma máxima de R$ 5,7820, o dólar perdeu um pouco de sua força durante o dia e foi cotado a R$ 5,7618 ao final da sessão, apresentando um avanço de 0,15%. O desempenho da moeda norte-americana foi influenciado por uma onda de aversão ao risco que afetou divisas emergentes, especialmente na América Latina. Essa tendência se deu em um momento em que investidores buscavam reduzir o risco de suas carteiras, especialmente às vésperas da divulgação das tarifas recíprocas do governo dos Estados Unidos, prometidas para o dia 2 de abril. Além disso, cresceram os receios acerca de uma possível desaceleração da economia americana, que se contrapõe a uma inflação ainda elevada, após uma nova piora no sentimento do consumidor e nas expectativas inflacionárias.
A aversão ao risco, evidenciada pela queda nas taxas dos Treasuries, teve menos impacto no mercado cambial brasileiro. A expectativa de continuidade da política de alta de juros, bem como a manutenção da taxa Selic em patamares elevados por mais tempo, ofereceram algum suporte ao real, visto que encarece o custo das posições em dólar. Esse cenário foi corroborado pelos dados do Caged de fevereiro, divulgados às 14h30, que apontaram a criação de 431.995 novas vagas de emprego, número que superou as expectativas do mercado, cuja projeção máxima era de 330 mil vagas e uma mediana de 225 mil.
No cenário internacional, o índice DXY, que mede o desempenho do dólar em relação a uma cesta de seis moedas fortes, se posicionava próximo dos 104,000 pontos no final da tarde, apresentando uma queda em torno de 0,30, após ter alcançado uma mínima de 103,896 pontos. A taxa dos Treasuries a 10 anos recuou mais de 2%, baixando para menos de 4,25% durante a sessão. O índice de preços de gastos com consumo (PCE), uma medida de inflação utilizada pelo Federal Reserve, ficou praticamente em linha com as expectativas, embora a sua mediana tenha avançado acima do que era previsto. Uma pesquisa da Universidade de Michigan revelou um aumento nas expectativas de inflação para os próximos 12 meses, subindo de 4,3% para 5,0%, o nível mais alto desde 2022. O índice de sentimento do consumidor americano também recuou de 64,7 em fevereiro para 57 em março, um resultado abaixo do esperado.
