8 maio 2025
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Domine o Uso Correto do Travessão e Evite Polêmicas with IA!

O travessão, um dos sinais de pontuação na língua portuguesa, tornou-se um ponto de debate nas redes sociais. Algumas pessoas associaram sua utilização nos textos à presença de ferramentas de inteligência artificial, como o ChatGPT, questionando a originalidade do conteúdo. Contudo, a origem do travessão remonta ao século 16, tornando incorreta a ideia de que sua criação se deve à tecnologia atual.

No livro “Moderna Gramática Portuguesa – 40ª edição”, publicado pela Editora Nova Fronteira, são elucidados os usos corretos do travessão. O autor, um renomado gramático de 97 anos, é uma figura destacada nos estudos gramaticais no Brasil, professor emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e da Universidade Federal Fluminense, além de receber honras de instituições como a Academia das Ciências de Lisboa.

Bechara destaca que o travessão pode substituir vírgulas, parênteses, colchetes, ou dois-pontos, além de assinalar expressões intercaladas. É fundamental que os autores não confundam o travessão com o hífen ou os traços usados para dividir sílabas.

Entre os exemplos destacados pelo gramático, o uso do travessão em expressões intercaladas nos ajuda a entender seu propósito, como na frase “E logo me apresentou à mulher — uma estimável senhora — e à filha”, extraída de “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis.

A norma também permite o uso do travessão duplo para isolar trechos explicativos de uma frase, ilustrado pelo exemplo: “A viagem foi adiada — por problemas — para o próximo ano”.

Outro uso do travessão é para criar uma pausa mais intensa na leitura. Um exemplo disso é a frase: “… e se estabelece uma cousa que poderemos chamar — solidariedade do aborrecimento humano”.

Além disso, o travessão é frequentemente utilizado para sinalizar a mudança de interlocutor em diálogos, como demonstrado em “Memórias Póstumas de Brás Cubas”: “— Ah! respirou Lobo Neves, sentando-se preguiçosamente no sofá. — Cansado? perguntei eu. — Muito; aturei duas maçadas de primeira ordem (…)”. Nesse caso, a combinação com aspas pode ocorrer, mas não é obrigatória.

Ademais, o travessão pode destacar uma parte da frase para dar ênfase, como em um trecho de “Poemas Malditos”, de Álvares de Azevedo: “Junto ao leito dormem meus poetas — Dante, Bíblia, Shakespeare e Byron — na mesa confundidos”.

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