Um dragão azul (Glaucus atlanticus), conhecido como uma espécie de lesma do mar, foi recentemente encontrado sem vida em uma praia de Peruíbe, localizada na Baixada Santista, no litoral de São Paulo. O achado foi reportado por uma bióloga e pesquisadora que identificou o animal raro no último domingo. Esta espécie pelágica, que habita o mar aberto, é caracterizada por suas formas e cores vibrantes, surgindo nas praias quando as condições de vento e correntes marinhas são favoráveis à sua chegada.
De acordo com a pesquisadora, o corpo do dragão azul é altamente adaptado ao ambiente marinho, sendo incapaz de se locomover em terra firme. Quando o animal encalha na areia, ele está sujeito à intensa ação dos raios solares e aos ventos, fatores que aceleram a desidratação e a perda de água, levando ao seu estado crítico.
O dragão azul é fundamental para a preservação e equilibrar do ecossistema marinho, assim como outras espécies. É enfatizado que essa criatura possui um apelo estético e deve ser protegida para que as futuras gerações possam conhecê-la e apreciar sua beleza.
O Glaucus atlanticus flutua de costas, exibindo sua barriga azul brilhante, enquanto seu lado cinza-prateado permanece submerso. Este molusco predador conta com tentáculos, conhecidos como cerata, que contêm células urticantes altamente tóxicas, utilizadas para capturar presas e se defender. O dragão azul se alimenta de criaturas venenosas, como a caravela-portuguesa, e ao fazê-lo, acumula suas células urticantes, armazenando uma dose concentrada em seus tentáculos, permitindo que ataque presas até 300 vezes maiores.
As lesmas-do-mar-dragão-azul são hermafroditas, possuindo estruturas reprodutivas de ambos os sexos. No entanto, a incompatibilidade entre seus óvulos e espermatozoides exige que se acasalem com indivíduos de outra unidade para a produção de ovos fertilizados. O processo de busca por um parceiro é aleatório, pois os dragões azuis flutuam até encontrar outro da mesma espécie. O acasalamento é realizado com cautela devido à presença de células venenosas. Cada par pode depositar em média 20 ovos em locais flutuantes, como pedaços de madeira ou restos de presas. Os ovos levam cerca de três dias para eclodir, originando larvas.
Essa espécie é encontrada com frequência em águas temperadas e tropicais ao redor do mundo, incluindo as costas leste e sul da Austrália e as águas da África do Sul. Ocorre, ocasionalmente, a formação de grupos, fenômeno conhecido como “frota azul”. É aconselhado que os frequentadores das praias tenham especial cuidado ao encontrarem uma lesma-do-mar-dragão-azul, pois o contato com um indivíduo já morto pode resultar em picadas.