A B3 é a bolsa de valores do Brasil.
Recentemente, Warren Buffett, um dos investidores mais renomados do mundo, anunciou sua aposentadoria do comando da Berkshire Hathaway. A empresa, que em um passado recente enfrentou dificuldades, tornou-se um símbolo de valor e investimentos de longo prazo. Desde a infância, Buffett vem investindo em ações e desenvolveu uma estratégia que consolidou sua reputação como "Oráculo de Omaha". Em vez de buscar lucros rápidos, ele sempre focou no value investing, priorizando o crescimento e a maturação das empresas ao longo do tempo, independentemente das oscilações de curto prazo.
A abordagem de Buffett perante o investimento exige paciência. A ideia principal é adquirir ações de empresas cujos valores de mercado estejam abaixo do potencial que podem oferecer a longo prazo. Essa metodologia, embora admirada globalmente, apresenta desafios na prática, especialmente ao tentar harmonizar metas financeiras com a volatilidade do mercado.
Longo prazo é um conceito que pode variar significativamente conforme a perspectiva de cada investidor. No Brasil, a percepção de longo prazo pode ser diferente em comparação com economias mais estáveis. A volatilidade econômica, as altas taxas de juros e a incerteza nas políticas econômicas dificultam a aplicação de métodos como o fluxo de caixa descontado.
Apesar dos desafios, a análise está ao alcance. Estudos mostram que empresas com Retorno sobre o Capital Investido (ROIC) elevado superaram o desempenho do mercado e tiveram um crescimento significativo em suas receitas. Companhias com fundamentos sólidos e boa gestão de capital têm mais chances de valorização ao longo do tempo.
Exemplos como a PRIO e a WEG demonstram que mesmo empresas com pagamento de dividendos modestos podem apresentar valorização consistente através de investimento eficaz em seu capital. A construção de valor sustentável tende a ser mais compensadora em comparação com retornos momentâneos consideráveis.
Entre as dez empresas com os melhores retornos nos últimos dez anos, destacam-se aquelas ligadas a commodities, setores industriais, consumo semidurável e saneamento. A análise da Trígono Capital utilizou dados de cinco e dez anos para determinar esses resultados, levando em conta a valorização das empresas e o crescimento das receitas.
A lista de empresas com melhor retorno nos últimos 10 anos, organizada pela taxa de crescimento de receita (CAGR), é a seguinte:
- Petrorio (PRIO3): ROIC médio 10 anos: 21%, CAGR Receita 10 anos: 40%
- Unipar (UNIP6): ROIC médio 10 anos: 34%, CAGR Receita 10 anos: 21%
- Vulcabras (VULC3): ROIC médio 10 anos: 22%, CAGR Receita 10 anos: 10%
- Petrobras (PETR4): ROIC médio 10 anos: 14%, CAGR Receita 10 anos: 9%
- Weg (WEGE3): ROIC médio 10 anos: 20%, CAGR Receita 10 anos: 17%
- SLC Agrícola (SLCE3): ROIC médio 10 anos: 10%, CAGR Receita 10 anos: 20%
- Schulz (SHUL4): ROIC médio 10 anos: 14%, CAGR Receita 10 anos: 12%
- Ferbasa (FESA4): ROIC médio 10 anos: 13%, CAGR Receita 10 anos: 12%
- Fras-Le (FRAS3): ROIC médio 10 anos: 11%, CAGR Receita 10 anos: 11%
- Sabesp (SBSP3): ROIC médio 10 anos: 6%, CAGR Receita 10 anos: 4%
Adicionalmente, é importante destacar outras empresas com reconhecido potencial em seus respectivos setores. Esse tipo de análise pode auxiliar investidores a identificar oportunidades promissoras, sempre considerando as particularidades do mercado brasileiro.