2 abril 2025
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Economista alerta: Subsídios no Brasil são “cruzados, perversos e regressivos”

O presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, declarou recentemente que a economia brasileira enfrenta diversos subsídios cruzados que são descritos como perversos e regressivos. Esta observação foi feita durante uma sessão solene na Câmara dos Deputados, que celebrou os 60 anos da autarquia. Galípolo ressaltou a importância de esclarecer e discutir essas questões com a sociedade, destacando que este é um dos principais desafios da autoridade monetária no que diz respeito à comunicação.

Ele observou que o tema da comunicação é relativamente novo para o Banco Central, especialmente desde os anos 90. Destacou ainda que mesmo as principais autoridades monetárias globais não costumavam divulgar suas decisões de política monetária, um aspecto que vem ganhando relevância e exigindo que o Banco Central se pronuncie sobre este assunto. Para Galípolo, a comunicação vai além dos agentes financeiros, sendo essencial dialogar com um público mais amplo sobre tópicos como estabilidade econômica, combate a fraudes, regulamentações e mudanças legais que impactam a população.

Galípolo expressou que é positivo que o Banco Central amplie sua participação em debates públicos. Mencionou a legitimidade das figuras públicas eleitas, como o presidente da República, em se manifestar sobre as atividades do Comitê de Política Monetária (Copom). Enfatizou que é um direito legítimo daqueles que foram democraticamente escolhidos.

Durante a mesma sessão, o presidente do Banco Central abordou a possibilidade de que os canais de transmissão da política monetária no Brasil não operem com a mesma eficiência observada em outros países. Ele argumentou que isso pode justificar a necessidade de taxas de juros mais elevadas para o controle da inflação. Galípolo comparou essa situação a um remédio que, para ter o mesmo efeito, pode necessitar de doses maiores.

Ele também respondeu a críticas de deputados, que requisitaram a redução da taxa Selic, observando que há questionamentos na literatura internacional sobre a posição dos juros no Brasil em relação a outros países. Destacou que, apesar das altas taxas de juros, o Brasil alcançou um dos menores índices de desemprego da história e que a renda das famílias tem mostrado crescimento.

Por fim, o presidente do Banco Central mencionou a estrutura de subsídios da economia brasileira como um fator que dificulta a eficácia dos canais de transmissão. Observou que o país possui uma série de subsídios que podem ser considerados cruzados e regressivos, argumentando que esses aspectos tornam mais evidentes os trade-offs enfrentados pela autoridade monetária.

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