Um dos principais nomes cotados para assumir a liderança do Partido dos Trabalhadores (PT) neste ano, Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara, participou de conversas com figuras proeminentes do Centrão a respeito da situação política nacional e do atual quadro econômico do Brasil. O Centrão, que abrange partidos como MDB, União Brasil, Progressistas, PSD e Republicanos, é um aliado estratégico no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, ocupando ministérios, mas hesita em estabelecer um pacto para 2026, especialmente em virtude do declínio na popularidade do presidente.
Durante esses diálogos, Edinho Silva foi aconselhado de que, para implementar um choque na administração e promover mudanças significativas nesta fase do seu mandato, Lula precisaria realizar uma reforma ministerial mais abrangente do que as especulações atuais indicam. A proposta sugeria uma reestruturação que atingiria o núcleo do governo, incluindo a remoção do atual ministro da Casa Civil, Rui Costa, que seria substituído por Fernando Haddad, atualmente à frente do Ministério da Fazenda. A relação entre ambos é marcada por uma disputa interna, especialmente em relação ao controle das despesas públicas.
Essa mudança, de acordo com os participantes da discussão, poderia trazer alívio à atmosfera interna do governo, ao mesmo tempo em que Haddad manteria sua posição influente e deixaria de enfrentar críticas relacionadas à instabilidade fiscal. Isso fortaleceria sua imagem como um possível sucessor natural de Lula no futuro. Para assumir a Fazenda, a indicação emergiu de que o vice-presidente Geraldo Alckmin, que atualmente é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, poderia assumir o cargo. Ele é visto como alguém que tem estendido boas relações com o mercado e possuí credibilidade junto a investidores.
Entretanto, Edinho Silva demonstrou ceticismo em relação a essas possíveis mudanças, enfatizando que seria improvável que o PT cedesse o Ministério da Fazenda a alguém fora de seu círculo estreito de influências. A resistência do líder petista em abrir espaço para outras legendas no Palácio do Planalto foi comunicada às lideranças do Centrão na última semana. Uma figura do Centrão expressou sua insatisfação com essa postura, afirmando que “o principal obstáculo ao governo é Rui Costa, e o presidente se recusa a trocá-lo. Dessa forma, a situação se torna complicada.”