O deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PL de São Paulo, manifestou uma avaliação positiva sobre o comportamento do ex-presidente Jair Bolsonaro durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal, realizado na última terça-feira, dia 10. O ex-presidente foi questionado em relação a uma suposta tentativa de golpe de Estado pelo ministro Alexandre de Moraes, que é o relator do caso.
Durante o depoimento, a postura de Bolsonaro foi marcada por um tom mais sereno do que o habitual, evitando declarações contundentes e até fazendo algumas piadas. Um momento notável foi quando o ex-presidente, de maneira humorística, convidou Moraes a ser seu candidato à Vice-Presidência nas eleições de 2026. Vale destacar que, devido a condenações em dois processos na Justiça Eleitoral, Bolsonaro está inelegível até 2030.
Conforme o deputado, o objetivo do pai foi demonstrar controle emocional perante o tribunal, evitando um comportamento que pudesse comprometer sua situação legal. Eduardo afirmou que não haveria vantagem em se exaltar, pois isso poderia resultar em interrupções por parte de Moraes, o que não seria favorável. Em sua avaliação, Bolsonaro conseguiu se expressar sem ser interrompido pelos adversários durante sua defesa.
Outra abordagem utilizada pelo ex-presidente foi solicitar a exibição de vídeos com críticas às urnas eletrônicas feitas por figuras da esquerda. O advogado de Bolsonaro, Celso Vilardi, formalizou um pedido ao STF para reproduzir imagens de políticos como Flávio Dino, Ciro Gomes e Carlos Lupi, que, ao longo dos anos, questionaram a integridade do processo eleitoral. No entanto, essa solicitação foi negada por Moraes, que enfatizou que a fase de interrogatório não é apropriada para a apresentação de “novas evidências”.
Entre segunda e terça-feira, a Primeira Turma do STF interrogou os oito réus do “núcleo crucial” da suposta trama golpista, todos integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro e investigados por terem idealizado e articulado um plano de golpe de Estado. Além do ex-presidente, foram ouvidos Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e delator no processo; Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; e os ex-ministros Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, Augusto Heleno e Anderson Torres.