O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se manifestou sobre a recente vitória do filme “Ainda Estou Aqui”, dirigido por Walter Salles, que se tornou a primeira produção brasileira a conquistar um Oscar de Melhor Filme Internacional, no domingo, 2. A declaração ocorreu quase 24 horas após a premiação, quando o parlamentar mencionou a ausência de qualquer comentário por parte dos membros da família Bolsonaro sobre a conquista significativa.
Em sua manifestação, Eduardo Bolsonaro dirigiu críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele afirmou que “insurgir-se contra uma ditadura inexistente é fácil” e que as dificuldades reais enfrentadas por pessoas inocentes, como mães de família e idosos, devem ser abordadas de maneira mais corajosa. Essa declaração faz referência a prisões de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, ocorridas após os eventos de 8 de janeiro de 2023, que foram motivados por um quebra-quebra de conotação golpista.
O filme “Ainda Estou Aqui” retrata a vida de Eunice Paiva, que enfrentou as dificuldades após a morte de seu marido, o deputado cassado Rubens Paiva, pelos agentes da ditadura militar. Apenas em 1996, Eunice conseguiu um atestado de óbito confirmando a morte do marido, mas seu corpo nunca foi encontrado.
Eduardo Bolsonaro e outros integrantes da direita brasileira têm promovido a ideia de que o Brasil atual vive uma situação de ditadura devido às prisões e condenações de seus apoiadores, com alguns enfrentando penas de até dezessete anos por delitos relacionados a ações golpistas e ameaças ao estado democrático de direito.
Em seu post, Eduardo incluiu uma ilustração de uma mulher segurando uma Bíblia, uma das justificativas apresentadas pelo bolsonarismo para argumentar que os manifestantes de 8 de janeiro não tinham a intenção de atacar a democracia. No entanto, essa defesa é refutada pelas evidências acumuladas durante os processos e pelas imagens que documentam as ações, muitas vezes registradas pelos próprios réus ou condenados.
Além disso, Eduardo Bolsonaro expressou seu descontentamento em razão da possibilidade de apreensão de seu passaporte, devido a uma ação promovida pela oposição que o acusa de utilizar recursos públicos para conspirações nos Estados Unidos, processo o qual Alexandre de Moraes é o relator.